Os ataques diretos entre Israel e Irã, iniciados na semana passada, marcam um novo e preocupante momento no cenário internacional. O confronto entre os dois países acende alertas sobre os riscos crescentes à estabilidade regional, já abalada pela guerra em Gaza, entre Israel e os palestinos, deflagrada em outubro de 2023.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a ofensiva contra o Irã com base na ameaça nuclear. Os iranianos desenvolvem há anos programas nucleares e fazem o enriquecimento de urânio, mas, oficialmente, ainda não possuem esse tipo de armamento. Entretanto, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Irã não permitiu a inspeção em suas instalações militares. As visitas possibilitariam comprovar se o país está , ou não, trabalhando na construção de armas nucleares. Uma reunião entre Estados Unidos e Irã para discutir um possível acordo nuclear, prevista para o domingo (15), foi cancelada devido ao novo conflito.
Embora Israel e Irã tenham evitado divulgar números exatos, estima-se que os iranianos tenham sofrido perdas significativas em infraestrutura militar, bases de comando e com a morte de importantes figuras ligadas ao governo. Israel, apesar de ter conseguido conter parte dos ataques, também registrou baixas entre a população, além de enfrentar danos materiais e desgaste político interno. Além disso, o povo israelense sofre com o impacto psicológico, convivendo, nos últimos dias, com alertas constantes para se proteger dos mísseis disparados pelo Irã. Outra questão que preocupa é o risco de um alastramento dos conflitos por toda a região, uma vez que o Irã conta com grupos aliados como o Hezbollah, no Líbano, e milícias xiitas no Iraque e na Síria.
A instabilidade no Oriente Médio gera reflexos diretos no mercado internacional, em especial no setor energético. Pela região, passa cerca de 20% do petróleo comercializado no mundo. Desde o início do confronto entre Israel e Irã, os preços do barril de petróleo têm oscilado fortemente, intensificando as incertezas nos mercados financeiros. Há risco de sanções internacionais, queda na confiança dos investidores e aumento do custo de transporte marítimo, impactando a inflação em diversos países.
A comunidade internacional e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU devem atuar com firmeza para promover uma resolução. O mundo já assiste a guerras prolongadas, como entre Rússia e Ucrânia, e é preciso impedir que este novo conflito, agora entre Israel e Irã, avance e ganhe as mesmas proporções.