A divulgação nesta semana do Global 2000 list, ranking que avalia o desempenho de universidades ao redor do mundo, é um exemplo de como a falta de investimentos no Ensino Superior compromete a manutenção das instituições, impactando na contratação de professores e funcionários, na realização de pesquisas e na oferta de bolsas de estudos. Das 53 universidades brasileiras que fizeram parte do levantamento, 46 perderam posições.
O Global 2000 list é realizado pelo Centro de Classificações Mundiais de Universidades (CWUR) e analisa a qualidade da educação, empregabilidade, qualidade do corpo docente e pesquisas desenvolvidas na instituição. Ao todo, 21.462 universidades de 94 países foram classificadas na edição deste ano, mas apenas as que ficaram no topo foram relacionadas na lista Global 2000.
Apesar das dificuldades dos últimos anos, devido aos sucessivos cortes de orçamento do governo federal para a educação, as universidades federais lideram a lista entre os participantes nacionais. A melhor colocada foi a Universidade de São Paulo (USP), mesmo com a perda de uma posição devido à piora nos quatro fatores examinados pelo CWUR, saindo da 117ª em 2024 para 118ª em 2025. A USP foi a melhor colocada também em toda a América Latina.
Entre as instituições gaúchas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) teve o melhor desempenho, ficando em quinto lugar nacional e nono na América Latina. Apesar disso, a Ufrgs caiu 12 posições no ranking global, saindo de 464º lugar em 2024 para o 476º neste ano.
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ficou em 20º lugar entre as brasileiras, mas também recuou no ranking, indo da 961º para a 986º posição. Logo abaixo aparece a Universidade Federal em Santa Maria (UFSM), na 22ª colocação entre as nacionais e 1.031º lugar neste ano, abaixo do desempenho do ano passado, quando ficou em 1.014º. A Pontifícia Universidade Católica do RS (Pucrs) foi a 37ª melhor colocada, caindo da 1.471ª posição em 2024 para 1.506 em 2025. Já a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que ficou em 41º no ranking, integrou o seleto grupo de sete instituições brasileiras que melhoraram de posição, passando de 1.677º no levantamento anterior para 1.644º.
É preciso colocar a educação e o Ensino Superior efetivamente como prioridades no País, com políticas públicas eficientes para que as graduações oferecidas tenham condições de formar profissionais realmente capacitados para não só ingressar no mercado de trabalho como também para contribuir com o desenvolvimento nacional.