O Jornal do Comércio dá início nesta quinta-feira (5) à terceira temporada do projeto Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, iniciativa que faz um raio-X das principais cadeias produtivas do Estado com a presença de lideranças regionais. A escolhida para abrir a edição 2025 foi Bagé, cidade que se destaca não só na região da Campanha como também no Rio Grande do Sul.
A "Rainha da Fronteira" é reconhecida por seu poderio econômico, com papel relevante no plantio de soja, trigo, milho e arroz, entre outras culturas. A pecuária, sobretudo de gado de corte, é outra importante atividade, bem como a produção de vinhos, introduzida na região no final dos anos 1990 e reconhecida com a Indicação Geográfica da Campanha Gaúcha.
Nos últimos anos, Bagé vem despontando como um polo de inovação no Estado, impulsionado pelo fato de sediar três instituições de Ensino Superior, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) e a Universidade da Região da Campanha (Urcamp), que atraíram novos moradores à cidade. Juntas, Unipampa, IFSul e Urcamp têm atraído novos moradores à cidade, inclusive de outros estados.
Bagé é sede do Ecobah, ecossistema de inovação que reúne empresas, startups, universidades, institutos de pesquisa, aceleradoras, investidores e governos voltados ao desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e serviços em áreas como Tecnologia da Informação (TI); saúde e bem-estar; agricultura de precisão; educação e capacitação; energia e sustentabilidade e turismo e hospitalidade.
Apesar dos avanços, a cidade sofre com longos períodos de estiagem que afetam a agricultura e o cotidiano da população. Neste ano, devido aos baixos índices de chuva de janeiro a abril, a prefeitura adotou desde o início de maio o racionamento de água com 12 horas de interrupção no abastecimento, alternando as regiões da cidade atingidas.
A construção da Barragem de Arvorezinha, iniciada há 17 anos, deve solucionar esse problema. Entretanto, os moradores ainda precisarão conviver por mais tempo com medidas como racionamento de água nos períodos em que o déficit hídrico ficar abaixo do desejado, já que a projeção para conclusão da barragem é apenas em 2028.
Ao abrir a nova temporada do Mapa Econômico, Bagé mostra que o desenvolvimento sustentável exige visão de longo prazo e comprometimento de todos.