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Publicada em 02 de Junho de 2025 às 17:24

Brasil livre de febre aftosa, um novo ciclo para o agro

ARTE/JC
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O reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, concedido na semana passada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), marca um capítulo decisivo para o agronegócio nacional — um setor que responde por quase 25% do PIB brasileiro. A conquista, fruto de décadas de políticas sanitárias, representa a abertura de novos mercados. Além disso, pode melhorar a valorização da imagem sanitária brasileira no cenário global em meio aos recentes casos de gripe aviária que interromperam as exportações de carne de frango.
O reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, concedido na semana passada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), marca um capítulo decisivo para o agronegócio nacional — um setor que responde por quase 25% do PIB brasileiro. A conquista, fruto de décadas de políticas sanitárias, representa a abertura de novos mercados. Além disso, pode melhorar a valorização da imagem sanitária brasileira no cenário global em meio aos recentes casos de gripe aviária que interromperam as exportações de carne de frango.
A febre aftosa é causada por um vírus e se espalha rapidamente nos rebanhos, gerando grandes perdas econômicas. A movimentação dos animais para participação em feiras ou comercialização potencializa a disseminação da doença. Em agosto de 2000, na cidade de Joia, no Noroeste do Rio Grande do Sul, mais de 11 mil bovinos foram sacrificados em uma força-tarefa para erradicar a aftosa. Na ocasião, cerca de 600 pequenos produtores de leite foram severamente impactados.
Os últimos casos da doença no Estado foram registrados em 2001, e no restante do Brasil não há mais ocorrências desde 2006. Em janeiro deste ano, após quatro décadas, novos casos de aftosa foram detectados em rebanhos de búfalo na Alemanha, fazendo ressurgir os temores em relação à doença.
No Brasil, iniciativas como o Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), onde a vacinação é um dos principais instrumentos de proteção do rebanho, mostraram eficácia no combate à doença. No âmbito estadual, a realização de barreiras de trânsito, inspeção em propriedades e assistência técnica contribuíram para a eliminação e surgimento de novos focos.
O Rio Grande do Sul foi oficialmente reconhecido em 2021 como área livre de febre aftosa sem vacinação. Esse selo contribuiu para a competitividade do gado gaúcho no mercado internacional, sobretudo nos países mais exigentes, como Japão e Coreia do Sul.
A exitosa erradicação da febre aftosa serve de exemplo para a adoção de estratégias de combate firmes e coordenadas contra outras doenças que afetam a produção agropecuária - além da gripe aviária, citada anteriormente, também causam prejuízos econômicos a gripe suína e a brucelose, entre outras. A rastreabilidade e a articulação entre produtores, setor público e iniciativa privada devem ser práticas constantes para evitar a propagação de novas enfermidades nos rebanhos.
 

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