Cada vez mais brasileiros estão inadimplentes, seja pessoa física ou pessoa jurídica. Levantamentos recentes da Serasa Experian mostram que a inadimplência é uma realidade tanto para um grande contingente de empresas quanto de consumidores comuns, o que sinaliza as dificuldades econômicas vividas atualmente no País.
Os dados de março do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostram que 7,3 milhões de empreendimentos acumulavam dívidas de quase R$ 170 bilhões, o que representa um recorde. Segundo o levantamento, o valor médio das dívidas era de R$ 3.186,8 no terceiro mês do ano, e cada empresa teve aproximadamente 7,3 contas negativadas. A situação de inadimplência é pior entre as micro e pequenas empresas, comprometendo a sobrevivência dos negócios e a manutenção de empregos.
Entre a população em geral, os números são igualmente preocupantes. No terceiro mês deste ano, a inadimplência atingiu o novo recorde de 75,8 milhões de consumidores. No mesmo período do ano passado, esse número era de 72,9 milhões de pessoas. O valor médio das dívidas em atraso contraídas pelos consumidores era de R$ 1.526,40 em março.
A inflação é um dos principais fatores para a inadimplência, uma vez que, diante da alta de preços, nem todo mundo tem fôlego suficiente para arcar com os seus compromissos financeiros. Assim, é comum a pessoa optar por usar seu dinheiro para comprar alimentos e pagar as contas essenciais (moradia, água, luz) em detrimento de outras dívidas.
O desemprego, que embora não esteja em patamares recordes de outros tempos, também afeta uma parcela significativa de brasileiros e compromete o pagamento das contas. No primeiro trimestre de 2025, a taxa de desocupação ficou em 7,0% segundo a Pnad do IBGE.
Os juros elevados também dificultam a vida de quem precisa pegar dinheiro emprestado, independentemente de ser uma empresa ou consumidor comum.
Enquanto não convivemos com um ambiente econômico de recuo na inflação e juros baixos, é primordial que sejam adotadas medidas para garantir o equilíbrio financeiro. Iniciativas como programas de renegociação de dívidas possibilitam conter o avanço da "bola de neve de contas" e ajudam a recuperar o crédito. Além disso, a educação financeira e o planejamento dos gastos são ferramentas indispensáveis para que tanto consumidores quanto empresas possam fazer o uso consciente do seu dinheiro, evitando correr o risco de cair no endividamento.