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Publicada em 08 de Abril de 2025 às 19:02

O tarifaço de Donald Trump e a economia dos EUA

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Os efeitos em cascata das incertezas com os efeitos do tarifaço norte-americano no mundo continuam. E, provavelmente, irão se manter, até que o comércio internacional se acomode à nova realidade. Uma situação que atinge diretamente ao menos 185 países, mas cujos efeitos também são sentidos internamente nos Estados Unidos.
Os efeitos em cascata das incertezas com os efeitos do tarifaço norte-americano no mundo continuam. E, provavelmente, irão se manter, até que o comércio internacional se acomode à nova realidade. Uma situação que atinge diretamente ao menos 185 países, mas cujos efeitos também são sentidos internamente nos Estados Unidos.
No início desta semana, a repercussão das tarifas causou turbulência geral em bolsas de valores nos cinco continentes. Apenas as norte-americanas, perderam US$ 6,2 trilhões desde que o presidente Donald Trump impôs tarifas recíprocas que variam de 10% a 60% sobre importações - o Brasil foi taxado em 10%.
Alguns países estão buscando negociar com os EUA para reduzir as taxas. A posição da China, contudo, é um dos motivos que têm levado os mercados financeiros ao limite, com perdas não vistas nos últimos anos. Ou seja, o gigante asiático, não seguiu a recomendação de não retaliação e aplicou uma tarifa de 34% sobre produtos dos EUA. De quebra, colocou empresas norte-americanas na lista de entidades consideradas não confiáveis, recrudescendo os temores quanto a uma recessão mundial.
Com isso, o contragolpe norte-americano foi impor, a partir de hoje, tarifas de 104% sobre todas as importações chinesas.
A principal avaliação ao redor do globo, porém, é que os EUA é que podem ser os mais prejudicados.
Diante de uma guerra tarifária sem precedentes, ainda não é possível saber quanto do aumento do preço dos produtos será repassado aos consumidores dos EUA. O certo é que esse repasse pode falir fornecedores.
Varejistas de roupas e calçados norte-americanos, altamente dependentes de China, Vietnã e Camboja, por exemplo, suspenderam pedidos e congelaram contratações. O grande dilema é se compensam as tarifas aumentando os preços em torno de 40% ou absorvem o impacto nos custos.
Só nesse ponto, a ideia de Trump de gerar mais empregos, levando fábricas de volta para os EUA ou migrando a produção de forma imediata para plantas aptas a absorver a demanda, é capaz de gerar uma enorme retração no mercado interno.
Um aspecto interessante, igualmente, é que o sentimento do consumidor sobre a economia está despencando. Até hoje, o que se viu no mundo moderno, desde quando a globalização tornou-se realidade, é que se a maior economia do mundo vai mal, o desempenho de outras segue o mesmo ritmo. E, até agora, o panorama mostra que o dano já é significativo o suficiente para ser uma ameaça.

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