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Publicada em 29 de Janeiro de 2025 às 19:49

Reajuste do diesel, inflação e a pressão sobre o governo

ARTE/JC
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Se a inflação dos alimentos já preocupa o primeiro escalão do governo, que ainda busca medidas para baratear pelo menos os itens considerados essenciais, a certeza do reajuste dos combustíveis - diesel, etanol e gasolina - a partir de 1º de fevereiro aperta o cerco à popularidade do governo Lula. O reajuste foi definido em outubro do ano passado em convênios do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que tratam da atualização anual das alíquotas de ICMS sobre os combustíveis. Os ajustes refletem o compromisso dos estados em promover um sistema fiscal equilibrado que responda às variações de preços do mercado com justiça tributária.
Se a inflação dos alimentos já preocupa o primeiro escalão do governo, que ainda busca medidas para baratear pelo menos os itens considerados essenciais, a certeza do reajuste dos combustíveis - diesel, etanol e gasolina - a partir de 1º de fevereiro aperta o cerco à popularidade do governo Lula. O reajuste foi definido em outubro do ano passado em convênios do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que tratam da atualização anual das alíquotas de ICMS sobre os combustíveis. Os ajustes refletem o compromisso dos estados em promover um sistema fiscal equilibrado que responda às variações de preços do mercado com justiça tributária.
Com a aplicação da nova metodologia, no caso da gasolina e do etanol, a cobrança do imposto aumentará em quase 10 centavos, passando dos atuais R$ 1,3721 para R$ 1,47 por litro - acréscimo de 7,14%. Já para diesel e biodiesel, a alíquota do imposto estadual subirá de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, elevação de 5,31%.
O diesel, que puxa diversas cadeias econômicas no Brasil e cujos aumentos impactam praticamente todas as atividades, terá um segundo reajuste em breve - o primeiro depois de um 2024 inteiro sem mexer nas cotações. A estatal informou que o reajuste a caminho é reflexo da defasagem dos preços cobrados no Brasil e praticados no exterior. Segundo estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do diesel está defasado entre 14% e 17%, e 7% para a gasolina. O percentual de aumento para aplacar a defasagem do diesel ainda será anunciado pela Petrobras, que se debruça atualmente sobre o tema.
O presidente Lula já foi avisado sobre a necessidade da medida para equilibrar os preços com o mercado externo, e também deve enfrentar a revolta dos caminhoneiros insatisfeitos com dois reajustes simultâneos. A categoria já começou mobilização e agendou para 8 de fevereiro uma reunião com suas lideranças no Porto de Santos.
O mercado está atento ao que vem por aí, especialmente para evitar interferências artificiais nos preços a exemplo do que ocorreu no governo Dilma Rousseff e causou prejuízos à estatal. Fato é que as altas vão pressionar ainda mais a inflação e aumentar a dor de cabeça do governo Lula que tenta conter a subida de preços.
O novo patamar da taxa Selic, que ontem passou de 12,25% para 13,25% ao ano, confirma a necessidade de conter a pressão inflacionária por meio da alta dos juros.
 

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