A segunda-feira começou com a confirmação de que cidades do Vale do Taquari foram atingidas em cheio pela força do temporal do final de semana, que levou também muito vento e granizo a cidades da região, especialmente Arroio do Meio, Putinga e Anta Gorda. Novamente, a necessidade de mobilização de autoridades e a certeza de prejuízos a moradores e empresas que recém começam a se erguer das enchentes de setembro de 2023 e maio de 2024.
No Rio Grande do Sul de contrastes, na mesma região lavouras de verão começam a padecer pela falta de uma chuva regular para o seu desenvolvimento. O escritório da Emater-RS local já emitiu alerta em que reitera que somente uma chuva contínua nesta semana fará com que o solo consiga se recuperar e minimizar os danos provocados pela ausência de umidade e de calor excessivo em todo o mês de janeiro.
Após a enchente histórica do ano passado na região, menos de um ano depois o município de Arvorezinha está entre os três primeiros a ingressar com decreto de situação de emergência junto à Defesa Civil do Estado, situação que começa a preocupar outras prefeituras gaúchas pelo impacto no abastecimento de água à população e no fornecimento hídrico às lavouras.
Assim como Arvorezinha, onde a produção primária tem base na erva-mate, milho, soja, feijão e fumo, os municípios da fronteira Santa Margarida do Sul e Manoel Viana também saíram na frente nos primeiros dias do ano e decretaram situação de emergência, antecipando-se a um quadro de gravidade que já começa a se formar com base em alertas meteorológicos que confirmam a irregularidade das chuvas combinada a altas temperaturas - dupla perfeita para arrasar lavouras de milho e de soja.
Nos últimos cinco anos no Rio Grande do Sul, quatro registraram períodos prolongados de seca em diversas regiões, afetando a economia como um todo. Nesse intervalo, duas enchentes de grandes proporções colocaram comunidades e a economia em risco, expondo um Estado cada vez mais vulnerável às respostas do clima.
Batendo à porta da agricultura, a estiagem já convoca lideranças do setor a reunir esforços para minimizar seus impactos. Recentemente a Fetag-RS, entidade ligada aos pequenos agricultores gaúchos, fez alerta para a necessidade de um olhar atento do governo para mitigar os efeitos dessa realidade sobre o setor primário. O foco principal recai sobre o suporte do Proagro, considerado seguro essencial para o campo diante de tantas incertezas, crises e insegurança climática.