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Publicada em 24 de Novembro de 2024 às 18:38

A diversificação econômica entre Brasil e China

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ARTE/JC
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O panorama do comércio internacional para 2025 e o rumo que tomará com o retorno de Donald Trump à Casa Branca ainda é nebuloso. A promessa do republicano, que volta à presidência dos EUA, é impor tarifas de 20% a todos os bens importados e de 60% a produtos oriundos da China.
O panorama do comércio internacional para 2025 e o rumo que tomará com o retorno de Donald Trump à Casa Branca ainda é nebuloso. A promessa do republicano, que volta à presidência dos EUA, é impor tarifas de 20% a todos os bens importados e de 60% a produtos oriundos da China.
Os mercados internacionais vêm trabalhando com a possibilidade de retração econômica devido à reviravolta significativa que causará ao sistema internacional de comércio. Hoje, China e EUA são os maiores parceiros comerciais mútuos do mundo. Com essa guerra comercial, a ideia de Trump é fortalecer as indústrias norte-americanas e reduzir a dependência chinesa.
Nesse embate entre gigantes, o Brasil deveria manter uma posição de equilíbrio, sem favorecer um ou outro lado, avaliam especialistas em mercado externo. Hoje, os principais parceiros comerciais do País são, justamente, a China e os EUA.
A corrente de comércio entre chineses e brasileiros - a soma entre importações e exportações -, de janeiro a outubro deste ano, somou US$ 136,3 bilhões. No mesmo período, as exportações para a China foram de US$ 83,4 bilhões (29,4% do total). As vendas ao segundo colocado, os EUA, ficaram em US$ 32,9 bilhões.
A diversificação de países com que se faz comércio, para não depender de uma única potência, vêm sendo amplamente discutida no mercado, sobretudo após a pandemia de Covid-19, período em que ficou evidente, por exemplo, a forte dependência do ocidente em relação a equipamentos e insumos médicos produzidos na China.
No encontro bilateral entre os presidentes chinês e brasileiro durante o G20, no Rio de Janeiro, na semana passada, ficou clara a sinergia entre as maiores economias de Ásia e América Latina. O governo federal assinou 37 atos com a China, incluindo cooperação em infraestrutura e indústria, como o Novo PAC.
Contudo, não aderiu à Nova Rota da Seda, um projeto multimilionário chinês iniciado em 2013, cujo principal objetivo é ampliar a presença do país asiático em mais de 150 nações por meio de dinheiro para projetos de infraestrutura. Uma decisão acertada, já que o acordo não seria vantajoso para o Brasil.
Ainda assim, o País irá tirar proveito do programa, por meio de uma cooperação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDE) e o Banco de Desenvolvimento da China, com a oferta de uma linha totalizando 5 bilhões de ienes (R$ 3,9 bilhões). É o primeiro financiamento em moeda chinesa feito pelo BNDES - um caminho para a desdolarização defendido por nações em desenvolvimento.
 

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