Dados do Banco Central mostram inflação controlada e desemprego em queda. Uma combinação que indica o melhor cenário desde o Plano Real. Além disso, a renda do brasileiro cresceu em média 12% desde o início de 2023, a indústria opera com o máximo da capacidade instalada dos últimos 11 anos e o setor de serviço no maior nível dos últimos dois anos.
O desemprego no Brasil atingiu a menor taxa da história, de 6,6%, no trimestre encerrado em agosto. A baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades, levando a taxa para valores próximos aos de 2013, quando estava em seu menor patamar.
Em um País com pessoas empregadas, com salário no bolso, o consumo aumenta. É um efeito em cascata que faz crescer, igualmente, a demanda por bens e serviços, e, consequentemente, por mais emprego.
Na indústria, a situação não é diferente. De julho para agosto, indicadores que medem o desempenho do mercado de trabalho cresceram, conforme a última pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o levantamento, o emprego, a massa salarial e o rendimento médio dos trabalhadores na indústria de transformação registraram alta.
A situação converge para o retorno da confiança, inclusive no Rio Grande do Sul, que ainda se recupera da tragédia climática de maio, que deixou várias plantas inundadas.
Em agosto, 34% das empresas consultadas no Estado tiveram aumento de produção, 52,5% se mantiveram estáveis e 13,5% apresentaram queda.
Outro dado que mostra o aquecimento gradual da atividade industrial gaúcha é o da utilização da capacidade instalada, que subiu pelo terceiro mês, chegando a 73%. Com a expansão da produção, também voltaram a crescer os estoques de produtos finais, após três meses seguidos de baixa.
A retomada da indústria é exemplar em um estado que há cinco meses passou pela maior tragédia climática de sua história. Em maio, as perspectivas dos industriais para os próximos seis meses, sobretudo em relação à demanda, eram as piores possíveis.
O aumento na produção e no emprego e a menor ociosidade no setor são essenciais não apenas para a recuperação da indústria gaúcha, mas fundamental no processo de reconstrução que o Rio Grande do Sul necessita.