Porto Alegre, ter, 08/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 12 de Agosto de 2024 às 18:48

Os 100 dias da tragédia climática e o auxílio ao RS

Editorial

Editorial

/ARTE/JC
Compartilhe:
JC
JC
A falta de auxílio ao Rio Grande do Sul 100 dias após a tragédia climática tem sido tema recorrente de objeções por parte de entidades representativas de diferentes setores econômicos. O mesmo ocorre em relação ao acesso a crédito. A reclamação é que as burocracias criam dificuldades para várias empresas - desde comércios varejistas, passando pelo agronegócio e pela indústria - se reerguerem. Sem que os auxílios financeiros cheguem, sobretudo do governo federal, a capacidade de reversão de perdas causadas pelas cheias pode demorar anos.
A falta de auxílio ao Rio Grande do Sul 100 dias após a tragédia climática tem sido tema recorrente de objeções por parte de entidades representativas de diferentes setores econômicos. O mesmo ocorre em relação ao acesso a crédito. A reclamação é que as burocracias criam dificuldades para várias empresas - desde comércios varejistas, passando pelo agronegócio e pela indústria - se reerguerem. Sem que os auxílios financeiros cheguem, sobretudo do governo federal, a capacidade de reversão de perdas causadas pelas cheias pode demorar anos.
No varejo, pesquisa do Sebrae mostra que mais de um terço dos negócios fechados ainda não voltou à ativa. Os micro e pequenos empresários são, sobretudo, os que mais necessitam de recursos a fundo perdido.
Em julho, a União ampliou em R$ 1 bilhão os recursos disponibilizados para conceder crédito subsidiado para as micros e pequenas empresas afetadas pelas enchentes, via Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Com a medida, o subsídio do governo federal subiu para R$ 2 bilhões, o que permite que instituições financeiras liberem até R$ 5 bilhões em crédito.
A liberação da subvenção, por certo, é uma importante medida, mas é necessário agilidade na efetiva entrega do recurso e que os empreendedores sejam negativados para poderem ter acesso ao crédito. Além disso, o montante destinado, apesar de atender uma parte da demanda, ainda está significativamente abaixo da necessidade das empresas, segundo argumentam entidades.
Na indústria, a reivindicação também é por maior facilidade no acesso a crédito. Nesse sentido, o setor está atento, em especial, aos juros em patamar ainda elevado. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 10,50%, o que é um desafio a mais para a tomada de crédito.
Já o setor de agro promoveu um "tratoraço", um grito de alerta ao governo federal para que se chegue a uma solução. Com os problemas climáticos dos últimos anos, houve uma sequência de perdas acumuladas por duas severas estiagens, além da enchente recente. A defesa é pela renegociação das dívidas dos produtores e pela não restrição à postergação de parcelas aos afetados.
A força de atores ligados ao comércio, à indústria e ao agro é evidente depois de tantos percalços climáticos. Apesar dessa resiliência, o Estado, que contribui sobremaneira com a economia nacional, precisa que a ajuda do governo federal efetivamente chegue para continuar a se reerguer.
 

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários