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Publicada em 11 de Agosto de 2024 às 19:17

As importações e exportações por via aérea no RS

Editorial

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As enchentes de maio no Rio Grande do Sul, com a interrupção da produção, a obstrução de rodovias e o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, ainda terão consequências econômicas cujo tempo de duração é difícil de precisar.
As enchentes de maio no Rio Grande do Sul, com a interrupção da produção, a obstrução de rodovias e o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, ainda terão consequências econômicas cujo tempo de duração é difícil de precisar.
Passados pouco mais de 100 dias da maior cheia que o RS já registrou, a malha produtiva ainda não se estabilizou. O impacto econômico e logístico a empresas persiste, principalmente, por via aérea. Levantamento da Unidade de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) indica que a falta de operação no terminal de cargas deve gerar uma queda de aproximadamente R$ 580 milhões nas exportações e importações ao longo de 2024. Ou seja, uma redução de 35% em relação ao R$ 1,6 bilhão projetado.
O aeroporto, que teve áreas submersas por 23 dias, retomou a venda de passagens na sexta-feira para um retorno das operações, ainda que parcial, em 21 de outubro. A data, porém, pode ser antecipada, o que depende do andamento dos trabalhos de recuperação na pista. A projeção é de que opere com 100% da capacidade a partir de 16 de dezembro.
Embora as principais formas utilizadas pela economia gaúcha para enviar e receber mercadorias sejam as vias marítima e rodoviária, a aérea apresenta particularidades importantes, sobretudo em relação a alguns produtos com alto valor agregado e baixo volume. Esse fato ocorre porque alguns dos maiores parceiros comerciais gaúchos estão no continente asiático, na América do Norte e em países que compõem o Mercosul.
Em 2023, as exportações por via aérea chegaram a US$ 746,5 milhões (3,3%) e as importações a US$ 634 milhões (4,6% do total). Já no acumulado de janeiro a abril de 2024, o Salgado Filho movimentou US$ 101,6 milhões em produtos - 15,4 milhões em exportações e US$ 86,2 milhões, em importações.
Em 2024, até 3 de maio, quando o Salgado Filho suspendeu as operações, os principais embarques de mercadorias foram produtos do refino de petróleo e equipamentos e aparelhos elétricos. Pelo lado das compras, destacaram-se os recebimentos de produtos dos ramos de componentes eletrônicos.
Mesmo que o Salgado Filho apresente pouco peso para o total exportado pelo RS, o aeroporto exerce influência relevante para as importações de alguns segmentos. Em todo 2023, por exemplo, entraram pelo terminal 60,5% dos produtos dos ramos de artigos ópticos, 94,2% dos medicamentos para uso veterinário e 58,5% dos produtos farmoquímicos. A retomada das operações, já com data marcada, é de suma importância para permitir o fluxo adequado de mercadorias.

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