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Publicada em 15 de Julho de 2024 às 19:23

O atentado contra Trump e a eleição presidencial nos EUA

Editorial

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ARTE/JC
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A imagem do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump com sangue no rosto, após ser atingido de raspão por um tiro na orelha, é icônica e deve se transformar em um importante ativo da campanha do republicano. Em contraste está a imagem de vulnerabilidade do presidente dos EUA, Joe Biden, de 81 anos, pressionado nas últimas semanas a abandonar sua candidatura devido aos recorrentes problemas de cognição em público.
A imagem do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump com sangue no rosto, após ser atingido de raspão por um tiro na orelha, é icônica e deve se transformar em um importante ativo da campanha do republicano. Em contraste está a imagem de vulnerabilidade do presidente dos EUA, Joe Biden, de 81 anos, pressionado nas últimas semanas a abandonar sua candidatura devido aos recorrentes problemas de cognição em público.
Mais do que isso, a imagem de Trump - que já era favorito nas pesquisas de intenção de voto - com o punho cerrado, sendo escoltado por agentes do Serviço Secreto pode tornar a sua vitória mais provável nas eleições presidenciais de novembro. Ainda assim, não se pode trabalhar com a ideia de que a eleição está ganha.
Nos EUA há uma divisão bem clara entre democratas e republicanos. Ou seja, a maioria não vai mudar de posição. A disputa agora foca em eleitores voláteis, que demonstram baixa lealdade política e menor identificação partidária, principalmente nos estados-pêndulo que, na prática, acabam decidindo a eleição.
Diante dos últimos acontecimentos, o pleito também tende a ser mais agitado. É inevitável, assim, que cause reflexos no mercado e gere incertezas econômicas.
Se o atentado - obviamente, uma ação repudiável -, por um lado, trará benefícios à campanha republicana, por outro, é um alerta à polarização fomentada por discursos de ódio nas redes sociais. O episódio já desencadeia uma onda de desinformação e fake news, além de mexer com a política mundial e acirrar a polarização política, não só nos EUA, mas em diversas outras nações.
O ataque a tiros também deve ser utilizado pela campanha republicana para corroborar algumas de suas pautas, como a defesa do acesso a armas de fogo e a violência crescente no País, muitas vezes atribuída por Trump aos imigrantes. Resta saber se o ex-presidente continuará com sua retórica recheada de ataques diretos e agressivos a adversários, usada como cabo eleitoral desde a disputa de 2016.
Situações de quase morte são capazes de mudar posicionamentos pessoais. Neste caso, dois caminhos são possíveis: a conciliação ou o reforço das diferenças. Trump já disse querer unir a nação.
O que não se pode ter dúvida neste momento é por condenar qualquer manifestação antidemocrática, seja pela direita, seja pela esquerda. Não é admissível, em qualquer democracia, que atos de violência sejam levados a cabo apenas por se não concordar com a ideia do outro.
 

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