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Publicada em 02 de Julho de 2024 às 18:59

Plano Real é legado brasileiro e exige vigilância fiscal

Editorial

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Há 30 anos o Brasil encerrava um longo ciclo de hiperinflação e de deterioração salarial dos trabalhadores. Com o Plano Real, estamos há três décadas convivendo com a mesma moeda, em uma política monetária estabilizada após anos de índices estratosféricos que antes da implantação do Real batia na cada dos 4.000% de taxa inflacionária, em junho de 1994. Criado no governo de Itamar Franco, o Plano Real constitui um marco em nossa história ao implementar de forma exitosa uma reforma monetária duradoura, após sucessivas e frustradas tentativas de conceber planos econômicos no País.
Há 30 anos o Brasil encerrava um longo ciclo de hiperinflação e de deterioração salarial dos trabalhadores. Com o Plano Real, estamos há três décadas convivendo com a mesma moeda, em uma política monetária estabilizada após anos de índices estratosféricos que antes da implantação do Real batia na cada dos 4.000% de taxa inflacionária, em junho de 1994. Criado no governo de Itamar Franco, o Plano Real constitui um marco em nossa história ao implementar de forma exitosa uma reforma monetária duradoura, após sucessivas e frustradas tentativas de conceber planos econômicos no País.
Juntamente com a Lei de Responsabilidade Fiscal, poucos anos depois, foi responsável por garantir o equilíbrio da economia por meio da estabilidade de preços.
O assertivo plano econômico de 1994 conseguiu dissipar a desconfiança de investidores, trouxe segurança para o sistema financeiro na concessão de crédito e, talvez entre as ações que mais reverberaram foi a implantação de um sistema de distribuição de renda no combate à desigualdade social. Nascia as políticas de transferência de renda, a exemplo do Fome Zero e de valorização do salário mínimo. Sem o Plano Real, hoje não seria possível a existência de diversas políticas públicas que melhoraram a qualidade de vida da população, como o Bolsa Família e de programas de auxílio à moradia para a baixa renda na forma do Minha Casa, Minha Vida.
Apesar desses 30 anos de estabilidade da moeda brasileira, a questão fiscal no Brasil ainda não está equacionada. Mesmo quando, em vez de hiperinflação, os agentes econômicos discutem formas de encaixar a inflação dentro de uma meta de tolerância de até 4,5% para este ano, o fator fiscal gera incertezas no ambiente econômico. De um lado, o governo apostando suas fichas no arcabouço fiscal e no decreto da meta contínua para criar um "novo horizonte macroeconômico para o Brasil", nas palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Do lado oposto jogam as contas públicas que no mês de maio último chegaram ao rombo de R$ 61 bilhões, o segundo pior desempenho para o mês na história, só perdendo para 2020, em plena época de gastos no combate à pandemia de Covid-19. A desconfiança sobre o cumprimento da meta fiscal também causa descontrole no câmbio, e o dólar já começou a dar respostas há algum tempo, batendo em R$ 5,70 nesta terça-feira.
O legado deixado pelo Plano Real não pode ser perdido diante de iminentes gangorras fiscais. A vigilância permanente do governo, de instituições e da sociedade são necessárias para manter o País no rumo do desenvolvimento.
 

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