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Publicada em 09 de Maio de 2024 às 20:04

O Dia das Mães em um RS tomado pela tragédia

Editorial

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ARTE/JC
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A celebração do Dia das Mães no segundo domingo do mês de maio é uma das datas comemorativas mais marcantes do calendário nacional, principalmente para o comércio. Neste ano, contudo, com a situação dramática no Rio Grande do Sul, consequência das chuvas que fizeram centenas de mortos, varreram cidades do mapa e deixaram tantas outras submersas, muitas mães e filhos gaúchos não terão o que ou como comemorar.
A celebração do Dia das Mães no segundo domingo do mês de maio é uma das datas comemorativas mais marcantes do calendário nacional, principalmente para o comércio. Neste ano, contudo, com a situação dramática no Rio Grande do Sul, consequência das chuvas que fizeram centenas de mortos, varreram cidades do mapa e deixaram tantas outras submersas, muitas mães e filhos gaúchos não terão o que ou como comemorar.
Entre os mais de 100 mortos e 130 desaparecidos contabilizados até agora, há mães e filhos. São famílias inteiras devastadas pela perda, em luto. Outras mães nasceram na tragédia, dando a luz em meio ao caos que tomou conta do Estado, tendo seu primeiro contato com a maternidade de forma completamente diferente do idealizado.
Muitos filhos também estarão longe de suas mães neste domingo pela impossibilidade de se deslocarem pelo Estado. São mais de 50 rodovias ainda com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes, rodoviárias - a exemplo da de Porto Alegre - embaixo d'água, e o aeroporto Salgado Filho inoperante.
Em meio aos resgates dramáticos de famílias inteiras em cidades como Eldorado do Sul e Canoas, filhos também acabaram separados das mães, que ainda vivem a angústia da procura. Os menores desacompanhados aguardam em um centro de triagem em Porto Alegre.
Em Canoas - uma das cidades mais impactadas pela cheia na Região Metropolitana - 91.558 pessoas estão fora de casa, e a previsão é que a água demore até 60 dias para baixar totalmente.
No município, o Conselho Tutelar ainda procura por mais de 60 crianças. Nos abrigos que pipocam por todo o RS, mães também se preocupam com o futuro, se preocupam em dar um novo lar a seus filhos, em voltar para seus empregos, em prover o necessário.
Igualmente, é preciso lembrar de outras tantas mães que se uniram em uma corrente de cuidados e solidariedade aos que precisam.
Empreendedoras das áreas mais diversas que doaram recursos e tempo para ajudar a alimentar, vestir e calçar aqueles que tiveram de abandonar seus lares apenas com a roupa do corpo, deixando para trás a história de suas famílias.
O próximo domingo pode até não ser de união física e celebração entre mães e filhos no RS diante de diferentes situações que atingiram as famílias, mas será de muitas mostras de força e superação, de amor incondicional, de cuidados. As mães têm a capacidade inata de cuidar e proteger, sejam seus filhos ou aqueles que mais precisam.
 

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