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Publicada em 05 de Maio de 2024 às 20:29

A solidariedade e a resiliência dos gaúchos na tragédia

Editorial

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A chuva que caiu ininterruptamente no território gaúcho por uma semana deixou um rastro de dor entre a população do Rio Grande do Sul difícil de ser superado. Por pior que seja, são em momentos como esses, de situações adversas, que a capacidade de manter a calma, demonstrar solidariedade e cultivar a resiliência emergem como aspectos cruciais para superar os desafios. E é isso o que vem demonstrando o povo gaúcho.
A chuva que caiu ininterruptamente no território gaúcho por uma semana deixou um rastro de dor entre a população do Rio Grande do Sul difícil de ser superado. Por pior que seja, são em momentos como esses, de situações adversas, que a capacidade de manter a calma, demonstrar solidariedade e cultivar a resiliência emergem como aspectos cruciais para superar os desafios. E é isso o que vem demonstrando o povo gaúcho.
O RS vive a quarta tragédia climática em menos de um ano. Em junho, o epicentro foi o Litoral Norte, com 16 mortos; em setembro, no pior desastre até então já registrado em solo gaúcho, 54 pessoas morreram no Vale do Taquari; em novembro, foram cinco óbitos na Serra, na Região Metropolitana e, novamente, no Vale do Taquari.
Agora, maio de 2024 marca a pior catástrofe que o Estado já enfrentou em sua história, com mais de 300 dos 497 municípios afetados diretamente, dezenas de mortos e desaparecidos e milhares de desalojados e desabrigados. O excesso de chuvas derrubou pontes, destruiu rodovias e deixou ao menos 19 barragens em estado de atenção.
Cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM) indicam que as tempestades causaram prejuízos financeiros de mais de R$ 275,3 milhões - R$ 59,9 milhões no setor público e de R$ 99,8 milhões no privado. Só na parte habitacional, os prejuízos superam R$ 115,6 milhões, com 10.193 casas danificadas e ou destruídas. Números esses que ainda serão revistos na medida em que a água for baixando.
O fato é que o Estado passará por um longo período de reconstrução, seja de modo físico - destruição de infraestruturas, perdas na agricultura, na pecuária, comércios e indústrias -, ou emocional, cujas pessoas que viveram o drama de perder amigos, parentes, suas residências, comércios e outros bens materiais, precisarão de todo o auxílio necessários para atravessar a dor.
Parece simplista, para quem não esteve no centro das tempestades, dizer que o melhor é seguir em frente. Atitudes como essa, porém, associadas à capacidade de resiliência e ao senso de solidariedade do gaúcho não podem ser subestimadas.
Essas qualidades não apenas ajudam indivíduos a lidar com a crise pessoalmente, mas fortalecem comunidades inteiras, fomentando uma rede de apoio e empatia que é essencial para a recuperação e a reconstrução. Ao enfrentar desafios extraordinários juntos, é possível as pessoas transformarem momentos de desespero em oportunidades de crescimento, aprendizado e renovação. O povo gaúcho já mostrou do que é capaz quando se une por uma causa. Agora, não será diferente.

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