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Publicada em 21 de Abril de 2024 às 17:11

Os contrastes no avanço da renda mensal no Brasil

Editorial

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As famílias brasileiras conseguiram ultrapassar, em 2023, o patamar de renda perdido durante a Covid-19. Em 2019, o rendimento médio mensal domiciliar per capita do Brasil era de R$ 1.744,00. No ano passado, alcançou um recorde de R$ 1.848,00 - crescimento de 11,5% ante 2022 -, ultrapassando em R$ 49 bilhões o registrado no ano anterior ao início da pandemia. Obviamente, são dados a serem comemorados, mas é preciso atenção à outra ponta, que mede as desigualdades persistentes no País.
As famílias brasileiras conseguiram ultrapassar, em 2023, o patamar de renda perdido durante a Covid-19. Em 2019, o rendimento médio mensal domiciliar per capita do Brasil era de R$ 1.744,00. No ano passado, alcançou um recorde de R$ 1.848,00 - crescimento de 11,5% ante 2022 -, ultrapassando em R$ 49 bilhões o registrado no ano anterior ao início da pandemia. Obviamente, são dados a serem comemorados, mas é preciso atenção à outra ponta, que mede as desigualdades persistentes no País.
Importante destacar, também, que o número de pessoas com rendimento em 2023 apresentou a maior proporção desde que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, teve início, em 2012. Dos 215,6 milhões de habitantes, 140 milhões tinham algum tipo de rendimento, ou seja, 64,9% da população. O levantamento apura todas as formas de renda dos brasileiros, que vão desde trabalho e aposentadoria a bolsas de estudo e programas sociais.
Preocupa o fato de a desigualdade no mercado de trabalho ter subido, puxada, sobretudo, pelo aumento da renda de trabalhadores com nível superior. O rendimento dos 10% mais ricos saltou 10,4%, enquanto a fatia dos 10% com menor rendimento na população teve avanço de 1,8% frente ao ano anterior. Apesar do abismo entre aqueles que ganham mais e menos - de até 14,4 vezes -, a diferença é a menor já registrada no Brasil.
Muito do cenário apresentado sobre a renda se deve, conforme especialistas na área, à retomada da economia em 2023, que registrou exportações recordes, PIB com alta de 2,9%, desaceleração da inflação (4,62%) e melhora do mercado de trabalho. Outro fator importante são os programas de transferência de renda, que vêm sendo ampliados tanto em número de beneficiários em situação de vulnerabilidade socioeconômica quanto em valores.
O rendimento médio mensal real per capita dos 40% da população com menores rendimentos subiu 12,6% de 2022 para 2023, atingindo o maior valor da série histórica. Mesmo assim, ainda estão baixos, já que, por dia, em média, o rendimento ficou em R$ 17,50, ante R$ 15,60 em 2022.
Os benefícios têm ajudado a mudar a realidade, mas sem políticas públicas concretas para melhorar a distribuição de renda e os serviços públicos prestados aos cidadãos, as desigualdades sociais não serão reduzidas, tampouco diminuirão o número de crianças e adolescentes vivendo na extrema pobreza no Brasil, que hoje passam de 10 milhões.
 

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