O Brasil tinha como plano erradicar o analfabetismo até o final de 2024. Meta que, dada as atuais condições, é impossível de ser concretizada. Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022 mostram que, embora tenha havido progresso, ainda há desafios consideráveis a serem superados, uma vez que o País possuía, naquele ano, tem 9,6 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a taxa de analfabetismo dos brasileiros de 15 anos ou mais recuou de 6,1%, em 2019, para 5,6%, em 2022 - redução de pouco mais de 490 mil analfabetos em todas as faixas etárias, chegando a menor taxa da série, iniciada em 2016.
Do total de 9,6 milhões de cidadãos considerados analfabetos, 55,3% (5,3 milhões) viviam no Nordeste, região com a taxa mais alta, de 11,7%. Na outra ponta estava o Sudeste, com 2,9% de pessoas que não sabem ler nem escrever.
No quesito analfabetismo, o Rio Grande do Sul é privilegiado. Por aqui, em 2022, a taxa foi 2,5%, o que equivale a 232 mil pessoas com 15 anos ou mais de idade.
Em nível brasileiro, outro dado que deve ser levado em conta é o analfabetismo entre crianças de 7 anos, que dobrou entre 2019 e 2022. Nessa idade, o percentual de meninos e meninas que não sabem ler e escrever, passou de 20% para 40%.
O principal motivo, neste caso, foi a pandemia, já que essas crianças estavam no processo mais sensível da vida educacional no decorrer da emergência sanitária, o que dificultou o processo de aprendizagem e, consequentemente, a alfabetização.
A desigualdade também contribui para que os índices de analfabetismo não caiam mais drasticamente. A diferença no acesso a direitos entre crianças e adolescentes brancos e negros era de cerca de 22% em 2019, e em 2022, ela caiu para pouco mais de 20%.
É preciso ter em mente que os 26 estados mais o Distrito Federal - possui a menor taxa de analfabetismo (1,9%) - são os que formam o Brasil, não são partes separadas. Mesmo que o Sul e Sudeste tenham os menores índices, enquanto Norte e Nordeste não avançarem nas questões de igualdade e acessos, o impacto negativo na sociedade e na economia se manterá.
A persistência do analfabetismo mostra que sucessivos governos têm falhado na missão essencial de fornecer educação básica. Não saber ler e escrever limita as oportunidades de emprego, de participação na democracia e o desenvolvimento pessoal. Reduzir esses índices é fundamental para o progresso social e econômico e para o Brasil chegar na posição de destaque mundial que merece estar.


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