Com 214,3 milhões de habitantes, o Brasil produz, anualmente, 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos. São, em média, 343 quilos de lixo por pessoa. O número é impactante, mas talvez soasse menos agressivo ao meio ambiente e à economia se mais resíduos fossem reaproveitados ou reciclados. Entretanto, a realidade é de baixos índices de reciclagem no País.
Com 214,3 milhões de habitantes, o Brasil produz, anualmente, 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos. São, em média, 343 quilos de lixo por pessoa. O número é impactante, mas talvez soasse menos agressivo ao meio ambiente e à economia se mais resíduos fossem reaproveitados ou reciclados. Entretanto, a realidade é de baixos índices de reciclagem no País.
A coluna Pensar a cidade, do Jornal do Comércio, deu início, na quarta-feira, a uma
série de reportagens sobre caminhos da reciclagem em Porto Alegre, destacando o trabalho de cooperativas de catadores (Unidades de Triagem).
A Capital consegue encaminhar à reciclagem 2,1% do total de resíduos secos recolhidos nas ruas. Esse material é separado nas cooperativas de catadores.
Em outras cidades, os resíduos com potencial de serem reciclados não têm o mesmo destino. No Brasil, mais de 70% dos municípios possuem coleta seletiva. Porém, somente 30% das pessoas separam o lixo seco do orgânico em casa.
São 30 milhões de toneladas de resíduos anuais e é possível dimensionar seu impacto para o meio ambiente pelo destino que recebe. Hoje, mais da metade dos municípios utiliza lixões, persistindo a contaminação do solo e dos recursos hídricos, a poluição atmosférica, a perda de biodiversidade e a proliferação de doenças. São em torno de 2,5 mil lixões ainda em funcionamento e o prazo para o fim dessas operações - depois de mais uma mudança na Política Nacional de Resíduos Sólidos - é 2024.
Além dos impactos ao meio ambiente, a economia também sai prejudicada. Apenas no setor de plástico, foram gerados, em 2022, 64 kg por pessoa no País. Caso se reciclasse mais, o potencial de retorno à economia poderia ultrapassar os R$ 6 bilhões. Há ainda o potencial do vidro, do papel e de outros itens.
O Rio Grande do Sul, em relação ao destino de resíduos, é uma exceção. Em 2020, enquanto no Brasil a quantidade de recicláveis atingiu 15,3 kg/habitante, no Estado foi de 56,4 kg.
Por aqui, também não há lixões - o último foi fechado em 2015 - e os resíduos são enviados a aterros sanitários. Em relação à reciclagem, enquanto na Região Sul girava em torno de 8% em 2021, no País estava estagnada em 3,5%.
O caminho para minimizar a geração de resíduos passa por ações de educação ambiental, logística reversa e de sensibilização sobre consumo consciente, medidas que, convertidas em políticas públicas eficientes, têm potencial de colocar o Brasil na trilha da mudança.