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Editorial

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- Publicada em 25 de Fevereiro de 2024 às 19:00

O saneamento no Brasil escancara as desigualdades sociais

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JC
A transformação de um país em desenvolvido é um processo complexo, que envolve uma série de fatores que se conectam entre si. Talvez o elo que una esses fatores seja a igualdade social. No caso do Brasil - um país em desenvolvimento -, as desigualdades sociais e econômicas são, justamente, o que levam uma parcela da população a não ter acesso à educação de qualidade, saúde, segurança e ao mínimo de dignidade humana, como banheiros nos locais em que vivem.
A transformação de um país em desenvolvido é um processo complexo, que envolve uma série de fatores que se conectam entre si. Talvez o elo que una esses fatores seja a igualdade social. No caso do Brasil - um país em desenvolvimento -, as desigualdades sociais e econômicas são, justamente, o que levam uma parcela da população a não ter acesso à educação de qualidade, saúde, segurança e ao mínimo de dignidade humana, como banheiros nos locais em que vivem.
Cerca de dois anos separam os dias de hoje do momento em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu o levantamento sobre as características de domicílios do Censo Demográfico 2022. Naquele ano, 2,4 milhões de pessoas ainda dependiam de buracos cavados no chão ou sanitários simples - em cômodos sem instalações para banho. O dado é estarrecedor, mas, mais ainda, é o fato de que 367 mil domicílios não dispunham de nenhuma dessas alternativas.
O Brasil é um país continental, cujas diferenças regionais são gritantes em diferentes aspectos. Por isso mesmo, no que toca os habitantes gaúchos, a situação dessa parcela da população privada de sanitários pode surpreender. Por aqui, 99,6% dos domicílios possuem cômodo com vaso e instalações para banho.
No País, em 2022, 97,8% da população tinha, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo. Banheiros compartilhados por mais de um domicílio foram informados por 0,5% da população. Já 0,6% da população - 1,2 milhão de pessoas - habitava os 367 mil domicílios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções existentes no País.
O cenário mais grave está nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde 9,5% e 4,7% dos habitantes, respectivamente, não possuíam acesso a esse direito básico. O estado com os maiores índices é o Piauí, com 5% dos domicílios sem banheiro.
As desigualdades sociais no Brasil são o elo entre diferentes problemas. A falta do direito básico a saneamento gera riscos à saúde da população, já que a falta de banheiro pode indicar a defecação a céu aberto e a consequente contaminação do solo e da água. Essa precariedade é a causa de mortes evitáveis e de internações por leptospirose, diarreia, gastroenterite, entre outros.
Por isso, investir em saneamento básico é fundamental não apenas para preservar a dignidade humana, mas também para prevenir doenças evitáveis, reduzir as taxas de mortalidade, melhorar a saúde geral da população e preservar o meio ambiente.