Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Editorial

Editorial

- Publicada em 22 de Fevereiro de 2024 às 19:42

A situação atual da dengue no Brasil e no RS é sem precedentes

Editorial

Editorial


JC
O pico de ocorrências de dengue no Brasil costuma ser registrado entre março e abril, mas os casos começaram a aparecer mais cedo neste ano. Somente nas sete primeiras semanas de 2024 - até 17 de fevereiro -, já eram 653,6 mil, 196% a mais do que no mesmo período de 2023, com 113 óbitos e outros 438 em investigação. Os números igualmente mostram que, em menos de dois meses, o coeficiente de incidência chegou a 321,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
O pico de ocorrências de dengue no Brasil costuma ser registrado entre março e abril, mas os casos começaram a aparecer mais cedo neste ano. Somente nas sete primeiras semanas de 2024 - até 17 de fevereiro -, já eram 653,6 mil, 196% a mais do que no mesmo período de 2023, com 113 óbitos e outros 438 em investigação. Os números igualmente mostram que, em menos de dois meses, o coeficiente de incidência chegou a 321,9 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Se, há alguns anos, as infecções ficavam, em sua maioria, restritas a cidades do Sudeste e Centro-Oeste, as mudanças nos padrões de clima têm feito com que o número de casos aumente em áreas, até então, não tão afetadas. Isso inclui o Rio Grande do Sul, que possui 466 dos 497 municípios infestados pelo Aedes aegypti - a doença é transmitida pela fêmea do mosquito.
Desde 1° de janeiro, já foram confirmados 6,3 mil casos no RS - mais de 4,6 mil continuam em investigação. No mesmo período do ano passado, eram menos de 600 ocorrências. Em relação ao número de mortes, já são seis - a última, de um residente de Cruz Alta, foi confirmada na quarta-feira.
A pior situação é em Tenente Portela, no Noroeste gaúcho. Dados da secretaria de saúde do município, desta quinta-feira, indicavam que a cidade de cerca de 14 mil habitantes possui mais de 1,9 casos de dengue. Três mortes já foram confirmadas.
Em Porto Alegre, capital e cidade mais populosa do RS, "o pior ainda está por vir", nas palavras do secretário municipal de saúde. A cidade contabiliza mais de 100 infectados neste ano, em especial nos bairros da região Leste, como Santo Antônio e Partenon.
Na semana epidemiológica sete - entre 11 e 17 de fevereiro -, por exemplo, o Índice Médio de Fêmeas de Aedes aegypti alcançou o nível crítico, com índice 1,39. Foram coletadas 765 fêmeas em 294 armadilhas das 552 vistoriadas, ou seja, 53,26% das armadilhas positivas para o mosquito.
A situação atual no Brasil e no RS é sem precedentes. Por isso, é preciso uma resposta rápida, coordenada e eficiente das autoridades de saúde. Igualmente, a população de todo o Estado, e não apenas os residentes na região Noroeste, onde foram registrados cinco dos seis óbitos, precisam, mais do que nunca, fazer sua parte: revisar recipientes como vasos, pratos de plantas, piscinas, tanques, pneus e garrafas com água acumulada. O trabalho pela eliminação dos criadouros deve ser conjunto entre poder público e sociedade.