A Região Norte do Rio Grande do Sul passa por um momento de avanço econômico que tem se verificado nos números. A participação local no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho ilustra bem esse crescimento.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 - dado regionalizado mais recente divulgado pela instituição -, o Norte gaúcho concentrou 13,98% do PIB do Rio Grande do Sul (R$ 81,2 bilhões), ficando atrás apenas da Região Metropolitana, que inclui o Litoral, e foi responsável por 41,15% (R$ 239,1 bilhões) do PIB do Estado naquele ano.
O salto da região que tem Passo Fundo como referência se deu, principalmente, pelos números do agronegócio, com destaque para a produção de soja.
O crescimento da região aponta para uma descentralização do desenvolvimento gaúcho, com foco no agro e nas ramificações que isso gera.
O aeroporto de Passo Fundo, por exemplo, é o terceiro mais movimentado do Rio Grande do Sul, recebendo mais de 20 mil passageiros por mês. Conforme a prefeitura, ao menos 5 mil pessoas desembarcam na cidade por mês para fazer negócios.
Em Erechim, os hangares do aeroporto da cidade contam com 35 aviões de pequeno porte das empresas da região. A infraestrutura aeroviária, inclusive, é fundamental para o crescimento local, com atração de novos investimentos e permanência das empresas.
Nesse sentido, a autorização por parte do governo federal da concessão para a iniciativa privada dos aeroportos de Passo Fundo e Santo Ângelo é uma ótima notícia. O vencedor da licitação irá administrar ambos os terminais pelo período de 30 anos, devendo investir R$ 102 milhões. O edital para a concessão deve ser publicado neste mês.
Junto com o avanço da produção agrícola caminha a expansão do setor industrial da região, com destaque para Erechim, que possui o maior PIB industrial do Norte do Rio Grande do Sul. Os novos negócios estimulam cadeias produtivas gerando dinamismo para as economias locais.
O aquecimento econômico traz recursos para as prefeituras, com o incremento na arrecadação, mas também representa desafios para os gestores públicos, pois isso tende a atrair mais pessoas e empreendimentos, exigindo infraestrutura que dê conta dessa demanda maior.
A união dos esforços públicos e privados é a chave para a consolidação do desenvolvimento regional.