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Editorial

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- Publicada em 17 de Maio de 2023 às 20:09

Equador sedia nova crise política na América do Sul

Crises políticas na América do Sul têm se tornado recorrentes nos últimos anos. Depois de Bolívia, em 2019, e Peru, em 2022, ontem foi a vez de o Equador ser sacudido por manobras que colocam em xeque a democracia.
Crises políticas na América do Sul têm se tornado recorrentes nos últimos anos. Depois de Bolívia, em 2019, e Peru, em 2022, ontem foi a vez de o Equador ser sacudido por manobras que colocam em xeque a democracia.
O presidente Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, e convocou novas eleições presidenciais e legislativas como forma de interromper um processo de impeachment contra ele, motivado por acusações de desvio de dinheiro em um suposto esquema de corrupção envolvendo uma estatal da área de petróleo.
No Peru, o impeachment do então presidente Pedro Castillo também está na base da crise iniciada em 2022, ainda em curso. Em dezembro, o Congresso ignorou uma tentativa de golpe por parte de Castillo - que usou a manobra para escapar do terceiro processo de impeachment. Ele acabou destituído do cargo, assumido por Dina Boluarte, sua vice. O imbróglio está justamente nisso.
Dina não tem o apoio do Congresso e da população. Em março - quatro meses após assumir o posto -, segundo o Instituto de Estudos Peruanos, 71% reprovavam o seu governo. Sua ascensão gerou uma onda de protestos violentos, com ao menos 60 mortes, e bloqueios de rodovias que levaram à escassez de mantimentos básicos. Após pressão, novas eleições foram marcadas para abril de 2024. Já Castillo segue preso - pelo menos até 2026 - por acusações que vão de tentativa de golpe, à incapacidade moral e corrupção. Ele soma-se à lista de todos os presidentes peruanos dos últimos 30 anos que, ou passaram por investigação, ou foram condenados por corrupção.
Na Bolívia, Evo Morales, que ficou no poder por 14 anos, teve de renunciar sob pressão em 2019. Tudo começou com uma manobra antidemocrática para permanecer no poder. Em 2016, em referendo, eleitores rechaçaram nas urnas modificar a Constituição e permitir que o presidente pudesse concorrer a um quarto mandato consecutivo, porém, Morales recorreu ao Tribunal Constitucional, que deu seu aval. Diante do imbróglio, as eleições ocorreram sob tensão. Em meio a protestos e acusações de fraude eleitoral, ele renunciou e se exilou na Argentina, voltando apenas após a eleição de Luis Arce, em 2020.
Não se pode esquecer da Venezuela, cujo colapso teve início ainda na administração de Hugo Chávez, de 1999 até a sua morte, em 2013. No entanto, foi a partir de 2014, já com Nicolás Maduro na presidência, que os EUA começaram os bloqueios econômicos, que intensificaram o declínio da economia. A medida é uma retaliação ao atual governo, acusado de violações aos direitos humanos e perseguição política de opositores.