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Editorial

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- Publicada em 13 de Abril de 2023 às 19:53

Governo mira taxação de compras internacionais

Nesta semana, o Ministério da Fazenda confirmou que vai acabar com a isenção de até US$ 50 para o envio de mercadorias do exterior entre pessoas físicas. Quem é lojista sabe bem o impacto negativo desse comércio no seu faturamento. Em sites chineses e taiwaneses é possível adquirir desde roupas até quinquilharias diversas, que em termos de preço são imbatíveis em relação ao comercializado no Brasil.
Nesta semana, o Ministério da Fazenda confirmou que vai acabar com a isenção de até US$ 50 para o envio de mercadorias do exterior entre pessoas físicas. Quem é lojista sabe bem o impacto negativo desse comércio no seu faturamento. Em sites chineses e taiwaneses é possível adquirir desde roupas até quinquilharias diversas, que em termos de preço são imbatíveis em relação ao comercializado no Brasil.
Porém, não só isso impacta o faturamento de varejistas. O comércio on-line de atacadistas brasileiros, que passaram a vender ao consumidor final em sites próprios - cobrando um valor intermediário entre o vendido ao varejista e o vendido pelo varejista -, também tem sido uma reclamação constante entre comerciantes, principalmente no setor de moda.
Para muitas revendas multimarcas fica impossível competir com o preço praticado por e-commerce próprio da fabricante. Algumas atacadistas do bairro do Bom Retiro em São Paulo já se deram conta que tentar ganhar pelas duas vias não estava dando certo e voltaram atrás na venda ao consumidor final via site próprio.
A outra questão que se coloca é a competitividade dos produtos comercializados no Brasil - mesmo sendo made in China, mas que aqui entraram pagando impostos - com os comprados direto via e-commerce internacional. Um exemplo são as capinhas para celulares, comercializadas aqui, em lojas especializadas, por entre R$ 80,00 e R$ 120,00, em média. Comprando via site no exterior paga-se, pelo mesmo produto, no máximo, R$ 15,00.
Os varejistas brasileiros estão certos em reclamar sobre a concorrência desleal de sites estrangeiros, que estariam usando de forma inapropriada a vantagem tributária para pessoa física, mas devem bater cada vez mais na tecla do imposto praticado por aqui. O Custo Brasil leva quem mora em território brasileiro a pagar até seis vezes mais por uma capinha de celular.
As dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do País, influenciam negativamente o ambiente de negócios, encarecem os preços dos produtos nacionais e custos de logística, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária. A estimativa é que o Custo Brasil retire R$ 1,5 trilhão por ano das empresas instaladas no Brasil, representando 20,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Ministério diz que é preciso corrigir distorções para que empresas daqui, que pagam impostos, não precisem demitir, aumentando o desemprego. Desemprego esse que, ajustando distorções nos impostos cobrados de empresários brasileiros, talvez surtisse até maior impacto.