Os investimentos em energia renovável estão em alta no Rio Grande do Sul, a julgar pelas novidades das últimas semanas. Em Tapes, será erguido um parque eólico próximo à Lagoa dos Patos, com investimento de R$ 1,09 bilhão. Na Fronteira-Oeste, por sua vez, serão dois complexos eólicos: em Rosário do Sul, com previsão de aporte de R$ 1,35 bilhão, e outro em Santana do Livramento, com investimento não divulgado, próximo ao já existente parque eólico de Cerro Chato.
Em linha com a nova percepção da geração de energia, o governo estadual confirma a política de gerar energia com o vento, a eólica, como uma das prioridades. O Rio Grande do Sul tem vastas extensões junto ao mar, rios e lagoas que permitem a geração eólica, como já temos aqui em Osório, uma visão que nos indica que o futuro já chegou.
Além disso, com as mudanças climáticas em diversas partes do globo terrestre, as empresas petrolíferas não querem mais aparecer como vilãs do meio ambiente. Busca-se uma nova vida saudável e sem tanta poluição.
E a prova está aqui entre nós, quando empresas estrangeiras não tiveram interesse em comprar campos de petróleo perto de áreas de proteção ambiental. Daí veio o fracasso do leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na 17ª rodada de licitações de áreas exploratórias de petróleo e gás, a ANP ofereceu aos investidores 92 blocos de concessão. Mas apenas cinco foram arrematados por apenas duas empresas. Somente a Shell e a Ecopetrol, da Colômbia, compraram os cinco lotes ofertados.
Com a preocupação pelas mudanças climáticas, petroleiras estão passando por um ponto de inflexão. Estão tentando investir na produção de energia climaticamente neutra, em vez de continuar a investir em campos convencionais de petróleo e gás. É decorrência da pressão de acionistas e investidores que estão desvalorizando ações ligadas ao petróleo e trocando-as por papéis de produtores de energia verde.
A ANP não observou esse movimento global contra o petróleo em termos de exploração. Tanto foi assim que ofereceu áreas de concessão próximas aos arquipélagos de Fernando de Noronha e Atol das Rocas.
A probabilidade de as petroleiras obterem nesses locais uma licença de produção das autoridades ambientais é baixa. Vai de encontro a tudo que já foi exposto sobre os rumos da humanidade em direção à energia limpa.