Em sua terceira edição, a Feira da Agricultura Familiar (Agrifam), que começou na segunda-feira (3), prossegue até sábado (8) no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico de Porto Alegre. Realizada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), a mostra representa a união do campo com a cidade e uma excelente oportunidade para os porto-alegrenses conhecerem de perto os produtos das agroindústrias familiares do Estado.
Quem visita a feira tem a possibilidade de experimentar e conferir diversos produtos de agricultura familiar, da gastronomia ao artesanato, passando pelas floriculturas do Interior. Entre as atrações, o expositor João Robaski, de Santo Antônio da Patrulha, leva pela segunda vez ao evento a produção de mel. Junto com seu pai e sua tia, João divulga o produto na banca 49 A e trabalha, ainda, com vários derivados da abelha, além dos cinco tipos de méis, extrato de própolis, sabonetes, incenso e velas.
“Nosso processo é basicamente manual. Trabalhamos desde a produção dos enxames, do mel e a colheita, além de todo o beneficiamento, desde a centrifugação e armazenamento, até o envase dos méis”, comenta Robaski, que está otimista com os negócios neste ano. “As vendas estão boas, se igualando com as do ano passado, mas a perspectiva é de que vá ser melhor”, afirma.
Para Camila Rode, 1º secretária e coordenadora Estadual da juventude rural da Fetag-RS, o propósito da feira é dar visibilidade aos agricultores. “A agroindústria é uma das diversificações que ocorre nas propriedades, mas trazer aqui, para além de produto, as pessoas, os sujeitos do campo que fazem a agricultura familiar acontecer, é o nosso grande propósito. A Fetag em sua missão, tem como propósito coordenar e mobilizar a categoria dos agricultores familiares a partir dos problemas sentidos e vividos", diz Camila.
Contando com 100 agroindústrias e representando 60 municípios do Estado, a organização da feira, apesar da dificuldade de mensurar, tem uma estimativa de que mais de 5 mil pessoas passem pelo pavilhão até domingo.
Os clientes também fizeram comparações com a edição do ano passado. Para Pedro João Vieira, que estava visitando e fazendo compras, a estrutura está muito melhor em relação à edição anterior. . O que mais chamou a atenção dele foram os preços, mais acessíveis em relação a 2024.
Um dos destaques da edição é Pedro Brizola, da banca 19, onde está localizada a Ervateira Rainha do Sul, da cidade de Novo Barreiro. O que chama atenção dos clientes é a máquina usada para “socar” a erva-mate, que faz a finalização do produto para venda. “É o que chama a atenção do comércio para a nossa venda. Metade das vendas é a máquina que faz. O povo para, conversa e leva”, revela ele.
Ele também considera que as vendas estão melhores que ano passado, e diz que não pode se queixar. “A erva nunca esteve em baixa como está, há 12 anos no mesmo preço. E estamos aguentando, mas não sei até quando. O problema é que a produção aumentou, o custo aumentou”, complementa.
A terceira edição da Agrifam conta com o apoio do governo do Rio Grande do Sul, a partir da Secretaria de Desenvolvimento Rural, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e da Universidade da Fronteira Sul.