Prestes a completar 90 anos, no dia 6 de novembro, o empresário e presidente do Conselho Superior da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) e da Federasul, Humberto Ruga, que é presidente da concessionária Unidos, é enfático ao afirmar que a solução para o Brasil é pensar no povo. "Tem é que pensar no Brasil e no povo brasileiro. E pensar no povo é pensar na educação. A educação é a base de tudo", destaca o empresário que foi homenageado durante o Menu POA realizado nesta terça-feira (4) no Palácio do Comércio, em Porto Alegre. Os presidentes Suzana Vellinho (ACPA), Rodrigo Sousa Costa (Federasul) e Gilberto Schwartsmann (Fundação Ospa) citaram a trajetória notável de Ruga ao destacarem que o empresário sempre pensou nas pessoas e na coletividade. Sobre o momento político, Ruga afirma que tanto o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro não pensam no País. "O problema é que os dois não pensam no Brasil. É fundamental pensar no Brasil e nos brasileiros", acrescenta.
Jornal do Comércio - Como o senhor avalia o desempenho do mercado automotivo?
Humberto Ruga - O mercado automotivo brasileiro e gaúcho está com um desempenho estável até porque as medidas dos Estados Unidos (o tarifaço em relação aos produtos brasileiros) não tiveram influência no setor. Os automóveis podiam ser mais baratos no Brasil. Isso não acontece por causa dos impostos que são mais de 60%. Quem compra um veículo compra imposto. O governo federal poderia fazer uma política mais a favor do setor automotivo, mas infelizmente não há interesse.
JC - O Brasil e os Estados Unidos vão chegar a um acordo com relação às tarifas impostas aos produtos brasileiros?
Ruga - Tenho esperança de que os dois governos (Brasil e Estados Unidos) cheguem a um acordo comercial. Porém, quando entra política no meio fica difícil. Eu gostaria que viesse o acordo, mas a política é um negócio complicado. Não há um interesse real em solucionar o problema. A turma do Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, defende o ex-presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, o presidente Lula é anti Bolsonaro. Honestamente, para mim, nenhum dos dois serve. Nem Lula, nem Bolsonaro. Nós precisamos de alguém que pense nos brasileiros em primeiro lugar. Nada contra os dois, mas nenhum deles pensou no povo.
JC - E como se faz para pensar no povo brasileiro?
Ruga - Os governos na esfera federal, estadual e municipal precisam pensar no povo. Em primeiro lugar, é preciso incrementar a educação no Brasil. A educação é a base de tudo. É a base de um país desenvolvido. É fundamental que aconteça a qualificação dos professores em todos os níveis de ensino e que deixem de ser pagos salários miseráveis aos educadores. Se não tivermos uma educação de qualidade, o Brasil nunca vai deixar de ser um país com diversos problemas sociais. A educação é o caminho para o desenvolvimento.
JC - Como avalia a economia do Brasil?
Ruga - A economia tem que ser baseada no racional. Nós não podemos ser de esquerda ou de direita na economia. Temos que analisar de maneira racional e observar a movimentação dos mercados. Não podemos ser favoráveis a Jair Bolsonaro ou ao presidente Lula. Respeito os dois, mas o que existe é o Brasil em primeiro lugar. É fundamental que o futuro presidente da República que será eleito em 2026 pense no Brasil e no povo brasileiro.
Na homenagem, entidades destacaram que Humberto Ruga sempre pensou nas pessoas e na coletividade
TÂNIA MEINERZ/JC