O marco legal dos games, aprovado em 2024, reconheceu um setor que atua no Brasil há mais de 40 anos. O presidente da Associação de Criadores de Jogos do Estado do Rio de Janeiro (ACJogos-RJ), Márcio Filho, lembra que o primeiro jogo lançado no País foi em 1983 - Amazônia, de Renato Degiovani —, e celebra o avanço com otimismo pela movimentação. E assim ocorre ao longo desta sexta-feira (31) a Construção Colaborativa do Documento de Referência Nacional para o Ecossistema de Games, um encontro promovido pelo Sebrae Nacional em Porto Alegre, no Tecnopuc.
“O grande barato desse encontro é a possibilidade de integração nacional, que resulta e promove novas políticas públicas e privadas, para que a gente possa avançar nesse setor econômico tão importante”, relata Márcio Filho. O evento fala sobre a diferença cultural entre os estados brasileiros e a importância de reconhecer localidades e realidades de cada um, com a “oportunidade de trocar e de se unir.”
O encontro é um desdobramento do Plano Nacional de Games, criado a partir do marco legal pela demanda do setor por integração. O pacto é que este seja um evento anual e varie suas sedes, frisa o presidente da ACJogos-RJ. A primeira edição, em 2024, ocorreu em Brasília.
Com a principal força de produção formada por micro e pequenas empresas — 95% dos 1.042 escritórios no País —, ele afirma que o Sebrae é o melhor parceiro por este motivo, mas critica que “o Brasil é o 10º mercado consumidor comum para o setor de jogos eletrônicos e, no entanto, do ponto de vista do reconhecimento formal e da construção de políticas públicas, ele não existe.”
No evento desta sexta, ao final do dia, será assinado um termo de cooperação entre as partes que atuam no setor dos games. “Espero que isso traga como resultado uma certa conformidade de políticas que possamos desenvolver nos múltiplos territórios, porque costumamos encontrar muitas diferenças por estado”, infere Márcio.
Questionado sobre o desenvolvimento de cada estado, entende que o Rio Grande do Sul tem uma das, senão a melhor articulação de ecossistema, entre criadores, universidades e órgãos públicos, assim como o Rio de Janeiro, enquanto São Paulo, pelo poderio econômico, é um grande produtor, mas carece dessa estruturação.
A organização do encontro aponta que durante o evento, os participantes são divididos em grupos de trabalho voltados a sete eixos. São eles formação, mercado e internacionalização, políticas públicas, diversidade e inclusão, governança e continuidade, integração territorial e ciclo de vida do negócio de games.