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Publicada em 30 de Outubro de 2025 às 17:45

ITEC busca consolidar o RS como referência em educação tecnológica

Cristiano Richter, diretor do Instituto prevê currículo "'world class', mas com DNA brasileiro"

Cristiano Richter, diretor do Instituto prevê currículo "'world class', mas com DNA brasileiro"

Lisa Ross/Divulgação/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
A reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHK-RS), realizada nesta quinta-feira, em Porto Alegre, teve como palestrante o diretor de Desenvolvimento e Operações do Instituto de Tecnologia e Computação (ITEC), Cristiano Richter. A iniciativa, que busca formar uma nova geração de líderes em ciência da computação e consolidar o Estado como polo de referência nacional em educação tecnológica, sairá do papel em setembro de 2026, no município de Gravataí.
A reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHK-RS), realizada nesta quinta-feira, em Porto Alegre, teve como palestrante o diretor de Desenvolvimento e Operações do Instituto de Tecnologia e Computação (ITEC), Cristiano Richter. A iniciativa, que busca formar uma nova geração de líderes em ciência da computação e consolidar o Estado como polo de referência nacional em educação tecnológica, sairá do papel em setembro de 2026, no município de Gravataí.
Fundado por quatro instituições filantrópicas e nomes conhecidos da inovação gaúcha, o ITEC nasce com investimento previsto de R$ 400 milhões em dez anos, somando despesas de capital e operação. O modelo é inédito no Brasil pelo caráter exclusivamente filantrópico e pelo foco concentrado: oferecer um único curso, voltado à formação de talentos em ciência da computação.
“É um projeto de nicho, com propósito muito claro: formar novos criadores de tecnologia. O Brasil precisa disso se quiser sustentar sua economia digital”, afirmou Richter. Segundo ele, o país forma apenas seis alunos em computação para cada 100 mil habitantes, contra 29 nos Estados Unidos e 15 na Índia. “O gap é enorme e limita o desenvolvimento de uma economia baseada em conhecimento”, observou.
Com capacidade para 420 alunos quando estiver plenamente implantado, o ITEC aposta em três pilares: excelência acadêmica, formação humana e democratização do acesso. O corpo docente será composto por professores com forte inserção internacional e dedicação integral. O instituto prevê uma relação de até 11 alunos por docente, índice próximo ao de escolas de elite norte-americanas.
O currículo, por sua vez, está sendo desenhado por especialistas internacionais em conjunto com nomes brasileiros renomados em inovação. “Queremos um currículo 'world class', mas com DNA brasileiro. Um ambiente imersivo que valorize não apenas a técnica, mas também a capacidade de relacionamento e liderança”, explicou Richter.
A seleção dos estudantes, ainda em formulação, deve combinar processo seletivo formal e avaliação de trajetória, para identificar talentos com predisposição cognitiva e vocacional para as áreas de STEAM - sigla para ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. O diretor defende um modelo “holístico”, que valorize experiências anteriores em olimpíadas científicas, clubes de robótica ou projetos escolares.
“O vestibular tradicional é binário: passa ou não passa. Queremos enxergar o filme do aluno, não apenas uma fotografia. E garantir que o acesso não dependa da renda, mas do talento”, disse. Ainda, bolsas integrais serão oferecidas prioritariamente a estudantes de baixa renda e mulheres, estimulando a diversidade em um setor ainda majoritariamente masculino.
O Instituto de Tecnologia e Computação será sediado no Rio Grande do Sul, decisão que, segundo Richter, reflete o grau de maturidade do ecossistema local de educação, tecnologia e inovação. “As fundações poderiam ter levado o investimento para São Paulo ou Florianópolis, mas escolheram o Estado porque aqui já existe um ambiente propício e porque é hora de descentralizar os investimentos do eixo Rio-SP”, afirmou.
 

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