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Publicada em 15 de Outubro de 2025 às 13:35

RS já soma R$ 679 milhões em crédito do Plano Brasil Soberano

Recurso é destinado a empresas que tenham sofrido queda de pelo menos 20% no faturamento com exportações de produtos sobretaxados pelos EUA

Recurso é destinado a empresas que tenham sofrido queda de pelo menos 20% no faturamento com exportações de produtos sobretaxados pelos EUA

International Maritime Organization/Divulgação/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 679 milhões em crédito para o Rio Grande do Sul com recursos do Plano Brasil Soberano, voltado a empresas exportadoras afetadas pelas tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos. Os dados correspondem ao último levantamento, de 10 de outubro. Um novo balanço deverá ser realizado na próxima semana.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 679 milhões em crédito para o Rio Grande do Sul com recursos do Plano Brasil Soberano, voltado a empresas exportadoras afetadas pelas tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos. Os dados correspondem ao último levantamento, de 10 de outubro. Um novo balanço deverá ser realizado na próxima semana.
Do total aprovado no Estado, R$ 234 milhões correspondem à linha Capital de Giro, destinada a despesas operacionais, e R$ 444,5 milhões à linha Capital de Giro Diversificação, que financia ações voltadas à busca de novos mercados. Desde a abertura do protocolo, em 18 de setembro, o BNDES aprovou nesse intervalo R$ 4 bilhões em crédito em todo o País. Foram encaminhados R$ 6,7 bilhões em pedidos, e as contratações poderão ocorrer até 11 de dezembro de 2025, data de vigência da Medida Provisória 1.309, ou até a utilização integral dos recursos.
O programa utiliza R$ 30 bilhões do superávit do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) e outros R$ 10 bilhões de recursos do próprio BNDES, destinados a linhas de financiamento para pessoas jurídicas exportadoras de bens. A ação tem foco, especialmente, naquelas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos a partir de 6 de agosto de 2025.
Além do BNDES, instituições financeiras habilitadas também podem operar as linhas de crédito previstas. As operações do BNDES Brasil Soberano – Crédito Emergencial contemplam quatro modalidades: Giro Emergencial, Giro Diversificação, Bens de Capital e Investimento.
O valor máximo por cliente é de R$ 35 milhões para micro, pequenas e médias empresas, conjuntamente nas modalidades Giro Emergencial e Giro Diversificação; R$ 50 milhões para grandes empresas, nas mesmas modalidades; R$ 50 milhões na modalidade Bens de Capital; e R$ 50 milhões na modalidade Investimento. Empresas interessadas em valores superiores a R$ 50 milhões podem recorrer ao programa na modalidade direta, operada exclusivamente pelo BNDES. Os contratos de financiamento devem conter cláusula de compromisso de manutenção ou ampliação de empregos, conforme previsto nas normas do programa.
Podem solicitar financiamento pessoas jurídicas de direito privado cujo percentual do faturamento com exportações para os EUA de bens impactados pela imposição de tarifas adicionais e constantes da tabela publicada pelo MDIC, tenha sido igual ou superior a 20% do faturamento bruto no período de julho de 2024 a junho de 2025. O percentual é apurado com base em dados oficiais da Receita Federal.
A medida não contempla pessoas jurídicas que fornecem produtos a empresas comerciais exportadoras, bem como empresas individuais, microempreendedores individuais e produtores rurais com CNPJ. As empresas comerciais exportadoras também não podem contratar diretamente os financiamentos do programa.
Como o BNDES não possui agências próprias, o acesso aos recursos ocorre por meio de instituições financeiras credenciadas, que realizam a análise, a contratação e o acompanhamento das operações. Esse modelo, chamado de apoio indireto, permite que os recursos cheguem a empresas de todos os portes e regiões do País. Segundo o BNDES, cerca de 50 instituições financeiras parceiras participam do programa Brasil Soberano, o que amplia a capilaridade e facilita o atendimento em municípios fora dos grandes centros.

Programa teve forte demanda desde a largada

O primeiro balanço divulgado pelo BNDES, em 19 de setembro de 2025, mostrou que, em apenas dois dias após a abertura para pedidos, o programa já havia aprovado R$ 1,2 bilhão em financiamentos para empresas afetadas pelo tarifaço norte-americano. Naquele momento, o banco registrava 533 pedidos elegíveis, somando R$ 3,1 bilhões, e 2.236 empresas haviam acessado o sistema de consultas.
Conforme o relatório, 84,1% das operações aprovadas eram de empresas da indústria de transformação, seguidas por agropecuária (6,1%), comércio e serviços (5,7%) e indústria extrativa (4,2%). Aproximadamente 30% do valor total aprovado foi solicitado por pequenas e médias empresas.
Para solicitar o crédito, o primeiro passo é verificar a elegibilidade no site do BNDES, por meio de autenticação com o certificado digital da empresa na plataforma Gov.br. Caso a empresa seja considerada apta, deve procurar a instituição financeira com a qual já mantém relacionamento. As grandes empresas também podem encaminhar a solicitação diretamente ao BNDES.

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