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Publicada em 07 de Outubro de 2025 às 14:57

Autoridades e executivos discutem indicadores estratégicos e os desafios da transição tributária

Para o presidente do Iget, é hora de uma gestão tributária mais estratégica

Para o presidente do Iget, é hora de uma gestão tributária mais estratégica

TÂNIA MEINERZ/JC
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
“Reforma tributária: próximos passos e KPIs de gestão tributária” foi o tema da 11ª Reunião do Instituto de Gestão Empresarial de Tributos (Iget), que reuniu um grande público no auditório José Galló, na sede das Lojas Renner em Porto Alegre na manhã desta terça-feira (7). O encontro contou com representantes das Receitas Federal, Estadual e Municipal, além de executivos de grandes empresas e especialistas, para debater como os indicadores de performance podem fortalecer a governança fiscal e apoiar as organizações na adaptação ao novo sistema tributário brasileiro.
“Reforma tributária: próximos passos e KPIs de gestão tributária” foi o tema da 11ª Reunião do Instituto de Gestão Empresarial de Tributos (Iget), que reuniu um grande público no auditório José Galló, na sede das Lojas Renner em Porto Alegre na manhã desta terça-feira (7). O encontro contou com representantes das Receitas Federal, Estadual e Municipal, além de executivos de grandes empresas e especialistas, para debater como os indicadores de performance podem fortalecer a governança fiscal e apoiar as organizações na adaptação ao novo sistema tributário brasileiro.
Para o presidente do Iget, Heron Charneski, o momento é decisivo para que as companhias adotem uma visão mais estratégica em relação à gestão de tributos. No contexto do encontro, o tema “KPIs de gestão tributária” ganha destaque por tratar da aplicação dos Indicadores-Chave de Desempenho (Key Performance Indicators) — métricas quantificáveis utilizadas para monitorar e avaliar o progresso de metas específicas dentro das organizações. Esses indicadores ajudam os gestores a tomar decisões baseadas em dados, aprimorando o desempenho e a eficiência dos processos empresariais. Na área tributária, os KPIs são fundamentais para manter o foco nos objetivos estratégicos, identificar o que está funcionando ou não e permitir a implementação de ações corretivas.
Em resumo, KPIs são medidas que informam sobre o desempenho de uma organização, permitindo compreender se ela está avançando em direção às suas metas. Quando aplicados à gestão tributária, tornam-se ferramentas essenciais para aprimorar a governança fiscal, reduzir riscos e garantir a conformidade diante das novas exigências trazidas pela reforma tributária.
O segundo painel do evento, intitulado “KPIs de Gestão Tributária”, apresentou uma análise aprofundada sobre como grandes empresas têm utilizado esses indicadores de performance para aperfeiçoar processos e reduzir riscos fiscais. O debate contou com a presença de Gustavo Polese (Randoncorp), Marco Brito (AGCO), Sheila Rabassa Flores (Sicredi), André Pacheco (Lojas Renner) e Gustavo Weisheimer (Dell), sob moderação de Ana Paula Olinto Yurgel, head of Tax da Yara e diretora do Iget.
Durante o painel, Gustavo Polese, da Randoncorp, ressaltou a importância da integração dos indicadores tributários com a estratégia corporativa. “O uso de KPIs bem estruturados permite que a área fiscal saia do papel reativo e atue de forma preditiva, antecipando riscos e apoiando decisões de negócio”, destacou.
Na mesma linha, Marco Brito, da AGCO, enfatizou que o monitoramento contínuo dos indicadores é essencial para assegurar conformidade. “KPIs tributários confiáveis ajudam a identificar gargalos e a promover uma cultura de governança fiscal sólida dentro das companhias”, disse.
Para Sheila Rabassa Flores, do Sicredi, os indicadores são instrumentos de transformação cultural. “Quando o time entende o que está sendo medido e por quê, o engajamento cresce e a gestão tributária se torna mais colaborativa e eficiente”, pontuou.
André Pacheco, das Lojas Renner, observou que a evolução tecnológica amplia o potencial analítico dos KPIs. “Com o uso de inteligência de dados e automação, conseguimos acompanhar métricas em tempo real e agir com muito mais rapidez”, afirmou.
Encerrando o painel, Gustavo Weisheimer, da Dell, destacou o papel dos indicadores na mitigação de riscos e na conformidade internacional. “Empresas globais precisam ter uma visão padronizada de KPIs tributários para garantir consistência e transparência em todos os países onde atuam”, explicou.
No painel “Reforma tributária: próximos passos”, especialistas do setor público e privado discutiram os impactos e as adaptações necessárias durante a transição do sistema tributário. Participaram Fernando Mombelli, gerente de Projeto da Reforma Tributária na Receita Federal do Brasil (RFB); Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual do Rio Grande do Sul; Rodrigo Sartori Fantinel, CEO da Inovesse e ex-secretário da Fazenda de Porto Alegre; Melissa Guimarães Castello, procuradora do Estado e presidente da Fundação Escola Superior de Direito Tributário (Fesdt); e Sabrina Lopes, executiva do Conselho de Assuntos Tributários, Legais e Cíveis da Fiergs. A moderação ficou a cargo do presidente do Iget.
Durante o debate, Fernando Mombelli destacou o avanço na regulamentação da reforma e a necessidade de diálogo entre os entes federativos. “Estamos em um momento de construção. A transição exigirá adaptação e cooperação entre União, estados e municípios”, afirmou.
O subsecretário Ricardo Neves Pereira ressaltou o papel da Receita Estadual na harmonização das novas regras. “Nosso desafio é garantir que o modelo preserve a arrecadação e simplifique a vida dos contribuintes”, observou.
Por sua vez, Rodrigo Sartori Fantinel alertou para os impactos práticos da mudança sobre a gestão das empresas. “A reforma vai exigir reconfiguração de sistemas, revisão de cadeias e um olhar estratégico sobre créditos e débitos tributários”, analisou.
A procuradora Melissa Guimarães Castello destacou a importância da segurança jurídica nesse processo. “Sem clareza nas regras e estabilidade normativa, não há ambiente propício para investimentos”, afirmou.
Encerrando o painel, Sabrina Lopes, da Fiergs, reforçou a relevância do diálogo entre o setor produtivo e o poder público. “A indústria precisa ser ouvida, pois é quem sentirá de forma mais direta os efeitos da reforma”, completou.

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