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Publicada em 06 de Outubro de 2025 às 12:05

Reforma Tributária e KPIs estarão em debate na 11ª Reunião do IGET em Porto Alegre

Heron Charneski, presidente do IGET, explica que  mais do que um fórum técnico, o encontro se propõe a ser um espaço de troca de experiências

Heron Charneski, presidente do IGET, explica que mais do que um fórum técnico, o encontro se propõe a ser um espaço de troca de experiências

IGET/divulgação/jc
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Osni Machado
Osni Machado Colunista
“A pauta tributária deixa de ser uma pauta operacional e passa a ser cada vez mais estratégica.” A afirmação do presidente do Instituto de Gestão Empresarial de Tributos (IGET), Heron Charnesk, resume o tom da 11ª Reunião do instituto, que ocorrerá nesta terça-feira (7), das 8h45min às 12h15min, em Porto Alegre, com o tema “Reforma Tributária: Próximos Passos e KPIs de Gestão Tributária”.
A pauta tributária deixa de ser uma pauta operacional e passa a ser cada vez mais estratégica.” A afirmação do presidente do Instituto de Gestão Empresarial de Tributos (IGET), Heron Charnesk, resume o tom da 11ª Reunião do instituto, que ocorrerá nesta terça-feira (7), das 8h45min às 12h15min, em Porto Alegre, com o tema “Reforma Tributária: Próximos Passos e KPIs de Gestão Tributária”.
O encontro reunirá representantes das Receitas Federal, Estadual e Municipal, além de gestores tributários de grandes empresas e entidades representativas de contribuintes, para discutir os desdobramentos da Reforma Tributária e os indicadores estratégicos que devem orientar as organizações nos próximos anos. KPIs são traduzidos de sua sigla em inglês como indicadores-chave de desempenho.
Criado há cerca de um ano e meio, o IGET já realizou diversas atividades e eventos em diferentes estados e hoje tem abrangência nacional, com 28 empresas associadas de grande porte. Segundo Charnesk, o instituto nasceu da necessidade de fortalecer o debate sobre a gestão tributária nas empresas e seu impacto na sociedade. “Em pouco tempo, o projeto mostrou que existe uma carência de conhecimento e de valorização do papel da gestão tributária. Nosso trabalho é também de importância social”, destacou.
A reunião acontece em um momento que o presidente do IGET classifica como “singular na história do Brasil”. A partir de 2026, entra em vigor a fase inicial da Reforma Tributária, inaugurando um período de transição de sete anos. Para Charnesk, trata-se de um processo que exigirá das empresas capacidade de adaptação e visão estratégica. “É um período de convivência entre dois sistemas: o atual, que ainda gera dúvidas e polêmicas, e o novo, que traz incertezas e exige revisão de negócios e cadeias de fornecimento. As empresas que compreenderem essa importância estarão mais capacitadas para o futuro”, afirmou.
De acordo com ele, as companhias brasileiras precisarão lidar com duas realidades tributárias ao mesmo tempo, o que demandará planejamento e maturidade. “Algumas empresas ainda estão muito reféns de uma agenda operacional. Mas é essencial enxergar o processo sob uma ótica estratégica, revisitando modelos de negócio e a estrutura de custos. Isso será determinante para a sustentabilidade financeira durante a transição”, observou.
Charnesk alerta que a mudança na forma de recolhimento de tributos impactará o fluxo de caixa das empresas, favorecendo aquelas que estiverem mais preparadas. “As empresas financeiramente mais estruturadas terão vantagens, pois poderão repassar margens e lidar melhor com prazos de recolhimento e acreditamento dos impostos. As menos preparadas podem enfrentar dificuldades nesse período”, ponderou.
O presidente também destacou que os impactos da reforma serão distintos entre setores. “Todos serão afetados, alguns pela carga tributária, outros pela complexidade. O setor de serviços, especialmente no atendimento ao consumidor final, deve sentir com mais força esse acréscimo de carga. Ainda será preciso tempo para avaliar os efeitos reais sobre preços e a economia”, avaliou.
O debate sobre os KPIs de Gestão Tributária, segundo painel do encontro, abordará os novos indicadores que devem orientar o planejamento das empresas diante desse cenário. “Além dos indicadores tradicionais, como a alíquota efetiva, será necessário considerar fatores como impacto de caixa e eficiência operacional. A gestão tributária precisa evoluir junto com o novo sistema”, explicou Charnesk.
O primeiro painel, “Reforma Tributária: Próximos Passos”, reunirá nomes de peso do setor público e privado. Participam Fernando Mombelli, gerente de Projeto da Reforma Tributária na Receita Federal do Brasil (RFB); Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual do Rio Grande do Sul; Rodrigo Sartori Fantinel, CEO da Inovesse e ex-secretário da Fazenda de Porto Alegre; Melissa Guimarães Castello, procuradora do Estado e presidente da Fundação Escola Superior de Direito Tributário (Fesdt); e Sabrina Lopes, executiva do Conselho de Assuntos Tributários, Legais e Cíveis da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A moderação ficará a cargo de Heron Charneski, sócio do escritório Charneski Advogados e presidente do IGET.
Na sequência, o segundo painel, “KPIs em Gestão Tributária”, trará uma análise aprofundada sobre como as empresas têm utilizado indicadores de performance para aprimorar a governança fiscal e reduzir riscos. O debate contará com a presença de Gustavo Polese (Randoncorp), Marco Brito (AGCO), Sheila Rabassa Flores (Sicredi), André Pacheco (Lojas Renner) e Gustavo Weisheimer (Dell), sob moderação de Ana Paula Olinto Yurgel, head of Tax da Yara e diretora do IGET.
Apesar dos desafios, o presidente do IGET acredita que a reforma representa um passo importante para o Brasil. “É possível que, inicialmente, tenhamos mais dificuldades antes de alcançar melhorias. Mas caminhamos para um modelo de tributação mais racional e unificado. A preocupação que permanece é com a elevada carga tributária e com a efetiva justiça fiscal. Ainda precisamos avançar muito nesse aspecto”, concluiu. As inscrições para o evento são gratuitas

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