A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu que a bandeira tarifária de outubro será a vermelha patamar 1, um nível abaixo da aplicada em agosto e setembro (patamar 2). A sinalização indica que os consumidores receberão as contas de luz com adicional de R$ 4,46 para cada 100 kWh.
Segundo a agência, a indicação do volume de chuvas abaixo da média e o consequente reflexo no nível dos reservatórios não são favoráveis para a geração das usinas hidrelétricas. "Diante desse cenário, há necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e justificam o acionamento da bandeira", afirma.
A Aneel ressalta em comunicado que a fonte solar de geração, que tem injetado muita eletricidade no sistema durante o período diurno, é intermitente e não produz energia o dia inteiro. "Por essa razão, é necessário o acionamento das termelétricas para garantir a geração de energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta", diz, em nota.
As bandeiras tarifárias são um componente importante para a inflação. De acordo com relatório de política monetária do Banco Central publicado nesta quinta-feira (25), os preços adicionais aplicados em setembro contribuíram para desviar a inflação da meta buscada.
O BC reforça que o acionamento de bandeiras mais caras tem sido provocado pelo cenário hídrico. "Após o início de ano bastante favorável, houve piora no cenário hidrológico desde o relatório de março, com o nível de reservatórios se mantendo abaixo do observado em 2024", afirma a autoridade monetária.
Em 2025, depois de bandeira verde vigente até abril, foram acionadas bandeiras amarelas para maio, vermelha 1 para junho e julho, e vermelha 2 para agosto e setembro. O BC já considerava nos cenários a bandeira vermelha 1 em outubro, e trabalha agora com a amarela em novembro e a verde em dezembro.
O que são as bandeiras tarifárias?
O sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz, que permite repassar mensalmente aos consumidores os maiores custos do país com a geração de energia, completou dez anos de implementação em 2025.
O mecanismo faz com que preços maiores para gerar energia, sobretudo pelo menor volume de água nas hidrelétricas, sejam transmitidos de forma mais imediata às famílias para que elas, informadas do maior custo, consumam de maneira mais consciente.
Antes, o repasse era feito de maneira defasada no reajuste anual das tarifas - o que poderia, sem uma moderação no uso da energia, impulsionar ainda mais o acerto de contas.
O responsável por escolher a bandeira tarifária mensalmente é a Aneel. É aplicada uma cobrança a depender da cor (verde, amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2).
A definição usa diferentes variáveis, sendo a principal o PLD (Preço de Liquidação de Diferenças) — indicador que leva em conta o valor da geração de energia e é influenciado principalmente pelas condições dos reservatórios das hidrelétricas e pela consequente necessidade de acionamento de termelétricas (ou seja, menos água significa mais custos).
- Bandeira verde: custo normal, sem cobrança adicional.
- Bandeira amarela: custo moderado, com um pequeno acréscimo.
- Bandeira vermelha: custo alto, com acréscimo maior, dividido em patamar 1 e patamar 2.
Folhapress