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Publicada em 12 de Setembro de 2025 às 18:09

RS estreia no mercado de carnes da Indonésia com duas plantas habilitadas

Habilitação é passo estratégico para ampliar presença internacional

Habilitação é passo estratégico para ampliar presença internacional

DIPOA SEAPDR/DIVULGA??O/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
Duas unidades frigoríficas do Rio Grande do Sul, localizadas em Bagé e Alegrete e pertencentes à Minerva Foods, foram habilitadas pelo governo da Indonésia para exportar carne bovina. O anúncio, feito nesta semana pelo Ministério da Agricultura, integra uma lista de 17 novas plantas brasileiras autorizadas, elevando para 38 o total de agroindústrias com permissão para atender ao mercado asiático, de mais de 270 milhões de habitantes.
Duas unidades frigoríficas do Rio Grande do Sul, localizadas em Bagé e Alegrete e pertencentes à Minerva Foods, foram habilitadas pelo governo da Indonésia para exportar carne bovina. O anúncio, feito nesta semana pelo Ministério da Agricultura, integra uma lista de 17 novas plantas brasileiras autorizadas, elevando para 38 o total de agroindústrias com permissão para atender ao mercado asiático, de mais de 270 milhões de habitantes.
A habilitação representa a estreia da indústria gaúcha na Indonésia e é vista como um passo estratégico para ampliar a inserção internacional do Estado. “São as duas primeiras plantas do Rio Grande do Sul habilitadas para esse mercado, que tem um potencial muito grande. Isso nos deixa bastante otimistas no sentido de que sejamos futuramente bons clientes”, afirma o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no RS (Sicadergs), Ronei Lauxen.
O dirigente lembra que ainda não é possível projetar volumes ou valores das exportações, já que as negociações dependem de cada unidade com importadores locais. Mesmo assim, destaca o efeito em cadeia: novos clientes significam chance de maior produção e, consequentemente, impacto econômico nas regiões em que os frigoríficos estão instalados.
“Se é um novo mercado, pode haver aumento de abates, geração de empregos e desenvolvimento para as cidades de Bagé, Alegrete e arredores”, observa.

Para além da indústria, a abertura também é encarada como estímulo à pecuária gaúcha, que perdeu espaço para a lavoura nos últimos anos. “É uma oportunidade de retomar a atividade, de aumentar a produção de gado e fornecer matéria-prima aos frigoríficos. Todo mercado que se abre é importante, e o Brasil já é reconhecido pela qualidade da sua carne”, afirma Lauxen.
Atualmente, o rebanho gaúcho vem diminuindo, e muitas indústrias operam com ociosidade. “Se houvesse mais disponibilidade de matéria-prima, as empresas poderiam investir mais e buscar novos mercados com mais agressividade. Mas acredito que haverá retomada, porque os produtores já demonstram interesse em voltar a investir na pecuária”, projeta.
Entre os próximos passos, o representante do Sicadergs cita o Japão como mercado estratégico no radar. Além disso, relembrou que a "conquista" dos Estados Unidos, há 9 anos, foi fundamental para os avanços atuais, já que os norte-americanos servem de "cartão de visita" para outros países. 
Assim, por ora, com a habilitação na Indonésia, o Rio Grande do Sul dá um passo firme em direção ao Sudeste Asiático e reforça sua presença no comércio internacional de carnes, em um momento de reorganização da cadeia e de busca por novas oportunidades no campo e na indústria.
A reportagem questionou se a Minerva Foods possui previsão de aumento na produção ou no número de empregos nas unidades de Bagé e Alegrete a partir dessa habilitação, se já existem negociações em andamento ou interesse de importadores indonésios e se é possível estimar o volume ou o valor que pode ser movimentado com esse novo mercado. No entanto, não houve retorno.
A companhia, por sua vez, destacou, em comunicado ao mercado - nota padrão -, que agora soma nove plantas habilitadas a exportar para a Indonésia, distribuídas em diferentes estados. Juntas, elas têm capacidade para abater mais de 11 mil cabeças por dia. A empresa lembrou que o país asiático é um dos maiores consumidores de carne Halal no mundo e que, em 2024, o Brasil exportou 11,4 mil toneladas de carne bovina para o destino.

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