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Publicada em 05 de Setembro de 2025 às 11:53

Ibovespa avança à marca histórica de 143 mil pontos por perspectiva de corte de juros nos EUA

Desemprego nos EUA reforça perspectiva de cortes de juros pelo Fed

Desemprego nos EUA reforça perspectiva de cortes de juros pelo Fed

ARTE/JC
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Agências
O Ibovespa abriu a sessão desta sexta-feira (5), em alta, à espera do payroll nos Estados Unidos, cujos números reforçaram desaceleração do mercado de trabalho norte-americano, elevando as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). A confirmação deste quadro anima os mercados internacionais e brasileiros, com o Índice Bovespa renovando pontuação histórica.
O Ibovespa abriu a sessão desta sexta-feira (5), em alta, à espera do payroll nos Estados Unidos, cujos números reforçaram desaceleração do mercado de trabalho norte-americano, elevando as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). A confirmação deste quadro anima os mercados internacionais e brasileiros, com o Índice Bovespa renovando pontuação histórica.
Desta forma, a visão é que recursos que iriam para a renda fixa norte-americana tendem a ir para outros mercados, especialmente emergentes como o Brasil.
"Temos um combo bastante positivo para o Brasil nesta manhã, em que lá fora há um maior apetite por risco também nas demais bolsas, tanto Estados Unidos como Europa. Um grande destaque também é para a queda do DXY. Tem enfraquecimento do dólar frente a outras moedas no exterior, o que acaba colaborando para um fortalecimento do real frente ao dólar", afirma Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.
Após a divulgação, os mercados de ações do exterior, sobretudo em Nova York, ganharam fôlego e os juros dos rendimentos dos Treasuries aceleraram queda, influenciando os ativos brasileiros. O Ibovespa saiu da mínima de abertura em 141.003,45 pontos (alta de 0,01%) para a máxima histórica do indicador de 143.402,28 pontos, quando subiu 1,71%. Por volta das 11 horas, o Ibovespa subia 1,63%, aos 143.297,07 pontos.
De 84 papéis da carteira, oito caíam perto das 11 horas. O maior recuo era da Petrobras, com 1,34% (ON) e 0,93% (PN), devido ao declínio de cerca de 2% do petróleo no exterior. Ainda ajuda o principal indicador da B3 a alta de 0,77% do minério de ferro em Dalian, na China.
O relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, mostrou que a economia do país criou 22 mil empregos em agosto, em termos líquidos. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas, de geração de 76 mil postos.
"Não só o arrefecimento na geração de vagas animou os mercados, mas o avanço na taxa de desemprego e o resultado abaixo do esperado no salário médio. Além da expectativa de queda dos juros neste mês, podemos ter cortes em outubro e dezembro", avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital, para quem há espaço para que o Ibovespa mire os 150 mil pontos ainda em 2025, "não por mérito do Brasil", mas devido ao diferencial de juros, explica Takeo.
A taxa de desemprego nos EUA foi de 4,2% para 4,3%, conforme o previsto. "Lembrando que o número mágico, que o Powell sempre fala que ele gostaria de ver, seria 3,5%. Está bem perto", destaca Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. Conforme acrescenta, o nível de desemprego apurado em agosto é muito baixo, mas não é nada relevante para dizer que tem uma crise nos EUA, que o país está tendo um pouso suave.
Para Cruz, o número não preocupa em termos de indicação de recessão. "Nada disso, mas já é suficiente para o Fed conseguir justificar um pouco mais o porquê vai cortar juros mesmo com a inflação subindo", afirma o estrategista da RB.
Ontem, sob a expectativa de cortes de juros nos EUA na esteira do payroll, o Ibovespa fechou com alta de 0,81%, aos 140.993,25 pontos, acumulando na ocasião retração de 0,30% depois de subir 2,50% na passada. Agora, a alta semanal é de 1,36%.
O mercado já dá como certa uma redução dos juros pelo Fed na decisão de política monetária no próximo dia 17. A dúvida é quanto aos próximos passos. "O que todo mundo quer saber é se em outubro e dezembro também poderá haver cortes", diz Alison Correia, analista de investimentos e sócio da Dom Investimentos.

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