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Publicada em 07 de Agosto de 2025 às 18:45

Trem entre Capital e Gramado poderá operar em sete anos

Autorização para início das obras da ferrovia foi assinada em ato no Palácio Piratini

Autorização para início das obras da ferrovia foi assinada em ato no Palácio Piratini

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Caren Mello
Caren Mello
Com previsão de início da operação dentro de sete anos, o trem de passageiros que ligará a capital gaúcha à segunda região turística mais visitada do Brasil, tem autorização dada, oficialmente, pelo governo do Estado nesta quinta-feira (7). Em cerimônia no Palácio Piratini, com a presença de representantes da empresa Sultrens, foi assinada o contrato de adesão para a construção da ferrovia, cujo percurso passará por 19 municípios, e área de influência em 22.
Com previsão de início da operação dentro de sete anos, o trem de passageiros que ligará a capital gaúcha à segunda região turística mais visitada do Brasil, tem autorização dada, oficialmente, pelo governo do Estado nesta quinta-feira (7). Em cerimônia no Palácio Piratini, com a presença de representantes da empresa Sultrens, foi assinada o contrato de adesão para a construção da ferrovia, cujo percurso passará por 19 municípios, e área de influência em 22.
Trata-se da primeira autorização de exploração privada no País para uma ferrovia dentro de um Estado, a partir de uma lei de 2021. A outorga prevê a exploração durante 99 anos. Com investimentos privados da ordem de R$ 4,5 bilhões, o traçado deverá contar com uma parada logo após o município de Três Coroas. De forma inédita no País, o trem terá uma parada dentro de dois condomínios residenciais, conforme informou engenheiro civil Renato Ely, sócio da RG2E, empresa que, junto com a STE Engenharia, compõe a Sultrens Transportes Ferroviários.
A empresa projeta 21.323 vagas de empregos diretos e indiretos durante o período de implantação e, 1.400 a partir do início da operação. O projeto prevê vagões de hora em hora, com serviço de bordo. O traçado mais viável tem como partida uma estação a 700 metros do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital, e chegada à avenida das Hortênsias, entre Gramado e Canela. São cerca 83,5 km de extensão, pela encosta Leste do Morro Ferrabraz. Serão 27 cruzamentos rodoferroviários, passando por 15 pontes e viadutos incluindo 1 viaduto ferroviário sobre a Freeway (BR-290), além de 9 túneis. Inicialmente, serão 10 trens, com capacidade para 220 passageiros.
Nesta nova fase, a partir da assinatura, serão detalhadas a engenharia e o processo de licenciamento ambiental, assim como a busca de investidores. O traçado ainda não é o definitivo, segundo o engenheiro, devendo serem otimizados os custos. “O objetivo é reduzir obras. Temos quase 10 quilômetros de túneis, queremos reduzir”, explica, citando o trabalho simultâneo de três profissionais, especialistas em traçados ferroviários, em túneis e em desapropriações, cujo número de imóveis ainda é indefinido. O conjunto de variáveis irá definir qual é o traçado ideal, tanto em termos técnicos, quanto econômicos.
A estação final deverá ser construída entre os municípios de Gramado e Canela. A localização exata deverá definir a construção de dois condomínios de alto padrão na região. “O morador poderá vir a Porto Alegre em menos de 1 hora, mais rápido do que que um morador de Belém Novo leva até o Centro. Já esboçamos os projetos urbanísticos, mas ainda temos que verificar a disponibilidade de água, de energia elétrica e o impacto ambiental”, observa Ely, revelando que as áreas prováveis já foram identificadas.
O governo do Estado está tratando o projeto como “um marco para a logística, a mobilidade e o turismo no Rio Grande do Sul”. Além da retomada do modal ferroviário no Rio Grande do Sul, o projeto aprimora a infraestrutura logística e dá mais conforto e segurança ao usuário, além de incentivar o turismo e incrementar ICMS e tributos municipais. A previsão é de que sejam utilizados trens híbridos (elétrico e diesel), reduzindo a emissão de C02. O modal também deverá reduzir o movimento nas estradas, uma vez que deve desviar 10% de pessoas que sobrem à Serra.
A decisão de empreender só se dá dentro de um ambiente de confiança e na perspectiva econômica. Não tenho dúvida que será um diferencial em muitas dimensões para o RS", disse o governador Eduardo Leite durante a solenidade.
Conforme o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, o projeto é importante para todo o Estado "não só em função do turismo, mas para diversos setores".
Traçado mais viável tem como partida uma estação a 700 metros do Aeroporto Internacional Salgado Filho | JC
Traçado mais viável tem como partida uma estação a 700 metros do Aeroporto Internacional Salgado Filho JC

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