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Publicada em 06 de Agosto de 2025 às 17:56

Apex mapeia estados dos EUA que dependem de produtos brasileiros por maior pressão contra tarifaço

Presidente da Apex considera que uma pressão interna de governos locais pode ajudar no avanço das tratativas

Presidente da Apex considera que uma pressão interna de governos locais pode ajudar no avanço das tratativas

Agência de Notícias da Indústria/Divulgação/JC
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Agências
A ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) está preparando um mapeamento dos estados americanos que dependem de produtos brasileiros. A ideia, segundo o presidente do órgão, Jorge Viana, é sensibilizar os atores locais para agirem contra as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
A ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) está preparando um mapeamento dos estados americanos que dependem de produtos brasileiros. A ideia, segundo o presidente do órgão, Jorge Viana, é sensibilizar os atores locais para agirem contra as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.
A sobretaxa de 50% aplicada pelos EUA a produtos brasileiros entrou em vigor nesta quarta-feira (6). Ela atinge cerca de 36% dos itens exportados pelo Brasil aos EUA, segundo cálculo do governo brasileiro, incluindo produtos importantes na relação comercial entre os dois países, como máquinas agrícolas, carnes e café.
"Quando você põe uma tarifa para o que entra nos Estados Unidos, você está criando um problema interno. Um estado que tem uma atividade industrial que depende de um produto que vem do Brasil, e agora o produto ficou 50% mais caro, é um problema para eles também", disse Viana. "É nesse sentido que a gente está trabalhando."
De acordo com levantamento da Apex, no caso dos minerais críticos, por exemplo, o Brasil exporta para a Flórida cerca de US$ 5,3 milhões e tem 82% de participação na importação deles no setor. Mais especificamente no caso do vanádio, o Brasil tem 100% de participação no mercado da Pensilvânia, em torno de US$ 20 milhões.
No início da semana, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou ver possibilidade de Brasil e Estados Unidos chegarem a um acordo relacionado à mineração nessa nova fase das tratativas entre os dois governos.
Segundo Viana, a agência trabalha em conjunto com seus escritórios nos EUA, com a Amcham (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) e com representantes dos setores atingidos pelo tarifaço.
O presidente da Apex considera que uma pressão interna de governos locais pode ajudar no avanço das tratativas. "Os governos locais, seja a Califórnia, vão ter que ir lá na Casa Branca dizendo: 'Olha, está prejudicando o meu estado", afirmou.
Como exemplo, ele citou a Embraer - beneficiada na lista inicial de exceções estabelecida pelos EUA, que possui componentes usados na aviação civil. "Ela tem uma base industrial na Flórida. Vai dizer [para as autoridades americanas]: 'Como é que vai ficar? Vai parar a produção? Vai demitir funcionários?'", disse.
De acordo com Viana, o Brasil atua em três frentes contra o tarifaço de Trump. Além dos esforços de negociação com os americanos, há uma busca por diversificação de mercado para escoamento dos produtos que vão perder espaço nos EUA.
Em paralelo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgará um plano de contingência para mitigar os efeitos sobre as empresas exportadoras.
O presidente disse que a Apex também está preparando um plano próprio de socorro às suas empresas parceiras, a exemplo do que ocorreu após as enchentes que atingiram o Rio Grande Sul no ano passado. Segundo ele, a proposta estará conectada ao desenho criado pelo governo federal.
Segundo Haddad, o governo deve editar uma MP (medida provisória) com o plano de contingência, que prevê liberação de crédito e aumento de compras governamentais, entre outras medidas, e deve priorizar os pequenos produtores.
O mel é citado por Viana como um dos setores que precisa de uma política "rápida e urgente", considerando que 78% do que o Brasil exporta de mel tem os Estados Unidos como destino e que o ramo é formado por pequenos produtores.
"Existe mercado para o mel no Reino Unido, na Bélgica, na própria China, que é o grande produtor de mel do mundo. Nós vamos trabalhar nisso", acrescentou.

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