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Publicada em 06 de Agosto de 2025 às 17:02

Economista prevê queda na inflação brasileira com tarifaço

Amorim destacou oportunidades para diversos setores

Amorim destacou oportunidades para diversos setores

Felipe Miller/Divulgação/JC
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Caren Mello
Caren Mello
As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros poderão ter consequências positivas. Entre elas, queda da inflação no Brasil, que vem em um ciclo de cinco anos positivos, e oportunidades em setores da economia, de acordo com análise do economista Ricado Amorim.
As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros poderão ter consequências positivas. Entre elas, queda da inflação no Brasil, que vem em um ciclo de cinco anos positivos, e oportunidades em setores da economia, de acordo com análise do economista Ricado Amorim.

Convidado para um evento coorporativo em Porto Alegre, no Instituto Ling, o palestrante citou percentuais sobre os efeitos práticos da medida. Os 50% impostos pelo governo norte-americano irão incidir sobre 36% do que o Brasil exporta. Do total, 45% estão isentos do tarifaço, ficando sob a alíquota anterior de 10%. Os 19% restantes terão tarifas semelhantes às impostas a todos os demais países. O impacto recairá sobre estes 36%, um total de U$ 18 bilhões, conforme números de exportações para os EUA em 2024. O maior atingido será o setor do agronegócio, que exporta 80% da sua produção (U$ 6 bilhões), sobretudo a região Centro-Oeste, segundo Amorim. “O que significa é que serão impactadas regiões que dependem dos produtos que tem as tarifas de 50%, como é o caso dos pescados no Ceará”, destacou.

Com mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro como estrategista e consultor, o economista acredita que, sob as novas tarifas, a produção brasileira passará por uma redução, com a recolocação de produtos no mercado interno, o que, por consequência, diminuirá o crescimento econômico. “Diminui o crescimento, mas diminui a inflação. Esse é em função do mercado externo, não por mérito de políticas fiscais no Brasil”, observou, dando como exemplo, também, o crescimento na empregabilidade e o crescimento do PIB nos últimos cinco anos. O produto interno teria relação com preço de commodities e, quanto à taxa de empregos, a distorção de números indicaria falsos resultados.
O Brasil também receberá investimentos externos, projeta Amorim. “Isso tem mais relação com o fato de o país não estar em guerra do que qualquer outro fator. O Brasil é único país emergente com risco perto de zero de entrar em uma guerra”, apontou. “O capital sempre vai para mercados emergentes de risco geopolítico baixo. Nesse aspecto o Brasil está ganhando de w.o.”, sublinhou, ao destacar oportunidades que se abrirão no país. Entre elas, no setor imobiliário.
Falando para empresários durante evento no ABF Summit, da construtora ABF Developments, Amorim citou fatores de sorte para o país. A safra será 8% maior neste ano, em comparação com 2024, e há chances de aumento das exportações para a União Europeia. Além disso, os equívos de Trump, diante da estagnação na indústria norte-americano e da posição da China no comércio internacional, irão resultar em uma crise econômica sem precedentes nos Estados Unidos, além de aumentar a popularidade do presidente brasileiro. “Eleitoralmente, ele está ajudando Lula. Se der problema na economia brasileira, é culpa do Trump. Se não der, Lula vai dizer é mérito dele”, exemplifica.

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