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Publicada em 02 de Agosto de 2025 às 15:39

Após aceno de Trump, Lula diz que sempre esteve aberto ao diálogo

"Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições", disse Lula

"Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições", disse Lula

Evaristo Sá/AFP/JC
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Agências
Em meio à imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (1), que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pode falar com ele "quando quiser". A declaração foi dada na Casa Branca em resposta a uma pergunta da jornalista Raquel Krähenbühl, da TV Globo e da GloboNews.Lula reagiu horas depois. O presidente publicou no X que sempre esteve aberto ao diálogo e que, no momento, trabalha para dar uma resposta às tarifas de Trump. "Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano", escreveu ele.Trump foi questionado sobre se estava disposto a discutir as tarifas aplicadas ao País e reafirmou que Lula pode falar com ele, repetindo a mesma frase: "Ele pode falar comigo quando quiser". Na sequência, ao ser perguntado sobre o que estaria em pauta para o Brasil, completou: "Vamos ver o que acontece. Eu amo o povo brasileiro". Finalmente, sobre o fato de as tarifas impostas ao Brasil não parecerem ter ligação com questões comerciais, Trump afirmou que "as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada".
Em meio à imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (1), que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pode falar com ele "quando quiser". A declaração foi dada na Casa Branca em resposta a uma pergunta da jornalista Raquel Krähenbühl, da TV Globo e da GloboNews.

Lula reagiu horas depois. O presidente publicou no X que sempre esteve aberto ao diálogo e que, no momento, trabalha para dar uma resposta às tarifas de Trump. "Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano", escreveu ele.

Trump foi questionado sobre se estava disposto a discutir as tarifas aplicadas ao País e reafirmou que Lula pode falar com ele, repetindo a mesma frase: "Ele pode falar comigo quando quiser". Na sequência, ao ser perguntado sobre o que estaria em pauta para o Brasil, completou: "Vamos ver o que acontece. Eu amo o povo brasileiro". Finalmente, sobre o fato de as tarifas impostas ao Brasil não parecerem ter ligação com questões comerciais, Trump afirmou que "as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada".
LEIA TAMBÉM: Rio Grande do Sul é o mais penalizado pelo tarifaço de Trump, diz Fiergs

O presidente americano impôs uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros - a maior taxa aplicada até aqui entre todos os países atingidos pelo tarifaço -, apontando especialmente razões políticas em seu comunicado, com ataques ao governo brasileiro e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e da regulação das big techs. As novas tarifas entram em vigor na próxima semana.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também falou sobre a manifestação de Trump. "Eu acho ótimo o comentário de Trump sobre contato com Lula". Segundo Haddad, está prevista para a próxima semana uma conversa, por telefone, entre ele e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. Ainda não há dia marcado. Haddad também indicou ter intenção de uma conversa presencial com o secretário. Segundo ele, essa ligação para Bessent pode abrir caminho para uma conversa entre Lula e Trump. "A recíproca também é verdadeira, o presidente Lula estaria disposto a receber o telefonema dele, quando ele quiser."

Integrantes da chancelaria e do Palácio do Planalto, reservadamente, disseram que agora é necessário verificar se Trump dará sinal verde para a burocracia americana preparar, de fato, a conversa. E salientaram que o americano apenas respondeu a uma pergunta em momento informal na Casa Branca, e que um telefonema entre chefes de Estado requer preparação cuidadosa.

Lula havia dito que escalara ministros para tentar intermediar contatos, mas que a resposta até então havia sido negativa para uma conversa na Casa Branca. Em 11 de julho, Trump chegou a dizer que só conversaria com o brasileiro "em outro momento".

Ambos têm um histórico de declarações hostis mútuas e jamais interagiram ou se encontraram pessoalmente. Integrantes do governo dizem que movimentos exploratórios, que podem ajudar a preparar o terreno para um contato no mais alto nível, estão em curso.

Em entrevista publicada nesta semana pelo The New York Times, Lula afirmou que o Brasil "não negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande". O próprio Lula disse que deseja ser tratado com respeito e civilidade.(Felipe Frazão e Renan Monteiro)

Governo dá primeiro passo sobre ação contra tarifaço na OMC

O governo Lula encaminhou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) proposta para autorizar o Ministério das Relações Exteriores a acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos exportados pelo Brasil.

A proposta prevê aval para o Itamaraty "acionar o mecanismo de solução de controvérsias da OMC sobre as medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos da América a produtos brasileiros", conforme documento obtido pelo Estadão/Broadcast. A medida, contudo, tende a ter caráter simbólico, dado que o órgão de apelação da OMC está inativo pela falta de indicação do membro americano. (Isadora Duarte)

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