O Sistema Fiergs lamentou a confirmação da decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para país. Por meio de nota divulgada ao final da tarde desta quarta-feira (30), a entidade afirma que, desde o dia 9 de julho, quando a medida foi anunciada, "tem feito todos os esforços em relação ao tema". Entre as ações, cita reuniões com autoridades estaduais e federais realizadas em Porto Alegre e em Brasília.
Configurado o cenário de adoção da nova tarifa, afirma que passará a priorizar dois encaminhamentos:
O primeiro será: "aprofundar a discussão sobre medidas mitigatórias do pesado impacto da tarifa para as indústrias exportadoras. Até o momento, já está assegurada uma linha de crédito de R$ 100 milhões do BRDE, iniciativa do governo do Estado. A medida é louvável e importante, mas insuficiente para a gravidade do quadro. Junto ao Palácio Piratini, a FIERGS reivindica a liberação de créditos de ICMS Exportação para indústrias que tiverem suas vendas aos EUA afetadas. Entendemos que há espaço para novas ações por parte do governo do Estado e muito mais espaço ainda para medidas de natureza tributária, trabalhista e de crédito, entre outras, de parte do governo federal".
Em segundo: "manter a serenidade que o momento exige, evitando ações e gestos que venham a acirrar o clima entre os dois governos e resultem em prejuízos ainda maiores para as duas nações. Só assim, será possível contar com a possibilidade de ter canais de negociação".
Na avaliação do presidente Claudio Bier, o Rio Grande do Sul está na iminência de perder R$ 1,9 bilhão do seu PIB, a segunda maior perda de um estado em valores absolutos, conforme estudo divulgado pela CNI. "As 1.100 indústrias gaúchas que exportam para os EUA integram cadeias produtivas que empregam mais de 145 mil trabalhadores. Estes números mostram a magnitude do problema que já começamos a enfrentar na forma de cancelamento de encomendas, embarques suspensos, negócios desfeitos, desaceleração da produção e férias emergenciais, entre outros impactos".