A fabricante de armas Taurus, com sede em São Leopoldo, informa que está em negociação com o governo do Estado do Rio Grande do Sul por conta das novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Conforme o CEO global da empresa, Salesio Nuhs, foi solicitada a antecipação da liberação dos créditos acumulados de ICMS, o que “poderá ajudar muito no fluxo de caixa da companhia nesse momento”.
O governo publicou uma nota em seu site, na noite de terça-feira (29), confirmando que teve uma reunião com a Taurus e que busca alternativas para evitar as demissões dos 2,7 mil funcionários que trabalham na unidade da cidade do Vale do Sinos. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, destacou que, embora a solução do problema esteja na esfera federal, o Estado não está medindo esforços para buscar alternativas tributárias para melhorar a liquidez das operações no Brasil.
“Estamos estruturando medidas de caráter emergencial para garantir as atividades por mais tempo no Estado”, avaliou, conforme a nota. Representantes da Receita Estadual também participaram do encontro.
A Taurus teria créditos acumulados em função de ser uma exportadora e ter como principal destino os Estados Unidos. O setor de produtos de metal, em que se enquadram as armas, exportam 85,9% da sua produção para o país.
Apesar dos rumores de uma demissão em massa, o CEO repetiu que a companhia permanecerá em São Leopoldo. “A Taurus não vai sair do Brasil. Acreditamos que o tema será resolvido”, garantiu, por meio de nota enviada ao Jornal do Comércio.
Funcionários da empresa teriam vazado a informação de que quem tem passaporte em dia estaria sendo selecionado para trabalhar na unidade norte-americana, com os custos da viagem pagos. Nuhs nega essa informação.
“Isso beira o absurdo. Não existe nenhuma tratativa nesta linha”, se pronunciou por meio da assessoria de imprensa.