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Publicada em 24 de Julho de 2025 às 17:36

Cresce o interesse por investimentos em rodovias no País

Setor de estradas superou o de saneamento na preferência dos empreendedores

Setor de estradas superou o de saneamento na preferência dos empreendedores

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Jefferson Klein, com agência
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O segmento de rodovias, depois de ter sido superado recentemente pelo saneamento básico no topo das intenções de investimentos dentro do setor de infraestrutura no Brasil, volta a liderar esse ranking, subindo de um percentual de 35,4% para 46,6%, o melhor resultado entre os campos com maior potencial de aporte na área de infraestrutura. O levantamento consta na recém divulgada 13ª edição do Barômetro da Infraestrutura, pesquisa semestral realizada pela Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústria de Base (ABDIB) em parceria com a EY-Parthenon.
Pelo levantamento, completam o ranking da preferência: saneamento básico (45,4%), energia elétrica (40,6%), ferrovias (32,6%), petróleo (27,5%) e infraestrutura social (24,5%). “O crescimento das rodovias se deve a uma série de anúncios de projetos dos governos federal e estaduais, ampliando a quantidade de oportunidades de investimento”, explica o sócio da EY-Parthenon para Governo e Infraestrutura, Gustavo Gusmão.
Já o bom desempenho do segundo colocado, o saneamento básico, é atribuído à instituição do marco legal desse segmento, ocorrida em 2020. A pesquisa também avaliou a inserção da Inteligência Artificial no setor de infraestrutura, indicando que ainda se trata de uma ação tímida. No que se refere à implementação de IA nos processos internos, 57,2% dos entrevistados apontaram que a utilização da ferramenta se encontra em estágio embrionário e 23,7% consideram o uso num estágio intermediário.
Em relação à incorporação de elementos de inteligência artificial na oferta de serviços e produtos, os resultados revelam um avanço ainda mais limitado. Cerca de 29,5% das empresas permanecem em estágio inativo e a maioria (52,3%) encontra-se em estágio embrionário, com impacto reduzido sobre a oferta. “Vemos um interesse em saber mais sobre essa tecnologia, com as companhias entendendo os impactos e melhorias, mas o uso efetivo no setor ainda é bem pequeno”, reforça Gusmão.
Por sua vez, o diretor de Planejamento e Economia da ABDIB, Roberto Guimarães, aproveitou a publicação do barômetro para ressaltar que o investimento em infraestrutura exige regras claras, segurança jurídica e governança. Na opinião dele, as agências reguladoras têm papel fundamental e é importante que essas entidades sejam fortalecidas para não se ter mais impactos nos investimentos do setor. “Nos últimos anos, os cortes orçamentários têm impactado, por exemplo, na falta de servidores, prejudicando o pleno cumprimento do papel fundamental das agências reguladoras e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, alerta Guimarães.

O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, concorda que houve acréscimo de aportes dos governos federais e estaduais. “Mas, isso não mexe no custo logístico do País”, adverte o dirigente. Esse cenário, de acordo com Menzel, ocorre por não haver um planejamento, seja regional ou da União, para o setor de infraestrutura e logística. Ele alerta que, sem organização, os investimentos feitos são “para apagar incêndio”. O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura enfatiza que é preciso que os aportes sejam conectados entre si.

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