A indústria brasileira do alumínio encerrou 2024 com resultados históricos. Com um crescimento de 21% em relação ao ano anterior, o setor faturou R$ 159,3 bilhões. Os investimentos brutos somaram R$ 6,4 bilhões (alta de 16%), enquanto a arrecadação de tributos chegou a R$ 53,8 bilhões, maior valor já registrado. A conjuntura internacional, no entanto, pode reverter o cenário.
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No último ano, o consumo per capita também cresceu significativamente, passando de 7,8 kg para 8,8 kg por habitante, impulsionado por um consumo interno recorde de 1,9 milhão de toneladas de produtos de alumínio, um crescimento de 13,5% sobre 2023. Os dados são da nova edição do Anuário Estatístico da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), publicação que reúne os principais indicadores da cadeia no país.
Para a presidente-executiva da Abal, Janaina Donas, os números refletem solidez de uma indústria com forte presença nacional. "Os resultados de 2024 evidenciam a maturidade da indústria do alumínio, que tem respondido à demanda crescente de setores estratégicos como transportes, embalagens, construção civil e de eletricidade, com investimentos consistentes, inovação e geração de valor", avalia.
Para a presidente-executiva da Abal, Janaina Donas, os números refletem solidez de uma indústria com forte presença nacional. "Os resultados de 2024 evidenciam a maturidade da indústria do alumínio, que tem respondido à demanda crescente de setores estratégicos como transportes, embalagens, construção civil e de eletricidade, com investimentos consistentes, inovação e geração de valor", avalia.
Em 2024, a produção de alumínio primário no Brasil cresceu 8,8%, alcançando 1,1 mil toneladas, o que elevou o Brasil à nona posição no ranking global. A cadeia do alumínio respondeu por 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e com participação de 6,4% no PIB industrial. O movimento crescente, no entanto, pode ser impactado pelas tensões comerciais, especialmente a novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
"Este cenário, além de acirrar disputas comerciais, favorece práticas desleais e movimentos especulativos que comprometem a previsibilidade dos mercados e colocam em risco os avanços conquistados no reposicionamento do Brasil nas cadeias globais de valor", destaca Janaína.
Em comunicado, a Abal manifestou preocupação com a política norte-americana. A entidade classifica o contexto como “extremamente desafiador”, ressaltando que ainda não está claro se a nova tarifa recíproca será cumulativa em relação à já vigente, que desde junho impõe 50% sobre alguns produtos de alumínio. “Caso a cumulatividade seja confirmada, os produtos brasileiros abrangidos pela Seção 232 poderão ser taxados em até 100% a partir de 1º de agosto, o que comprometeria gravemente sua competitividade e permanência no mercado norte-americano”, diz a nota.
As exportações brasileiras de produtos de alumínio já registraram uma retração de cerca de 25% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior, reflexo direto dos aumentos tarifários anunciados em 12 de março e 4 de junho. A entidade também teme a possível taxação de insumos estratégicos, como bauxita e alumina.
"Seguimos cautelosamente otimistas para 2025, mas preocupados com a volatilidade do mercado internacional. O setor tem demonstrado enorme capacidade de superação, mas os riscos à frente são concretos e exigem vigilância e respostas estratégicas", conclui a executiva.