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Publicada em 22 de Julho de 2025 às 16:53

Fiergs leva demandas da indústria gaúcha a Alckmin

Reunião aconteceu no Palácio do Planalto

Reunião aconteceu no Palácio do Planalto

Cadu Fomes/Fiergs/Divulgação/JC
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Agências
O Governo Federal não deverá pedir aos Estados Unidos a prorrogação da imposição das tarifas pelos Estados Unidos, antes do dia 1º de agosto, data de início anunciada pelo governo norte-americano. A informação foi dada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, durante reunião, em Brasília, com a comitiva de empresários liderada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Durante encontro no Palácio do Planalto, a entidade entregou uma carta citando as perdas no Estado e a necessidade de ações compensatórias internas caso a elevação de tarifas seja implementada.
O Governo Federal não deverá pedir aos Estados Unidos a prorrogação da imposição das tarifas pelos Estados Unidos, antes do dia 1º de agosto, data de início anunciada pelo governo norte-americano. A informação foi dada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, durante reunião, em Brasília, com a comitiva de empresários liderada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Durante encontro no Palácio do Planalto, a entidade entregou uma carta citando as perdas no Estado e a necessidade de ações compensatórias internas caso a elevação de tarifas seja implementada.
 

Entre as demandas da indústria em relação ao impasse, a Fiergs pede para que se priorize a manutenção da atual tarifa (ou busque prorrogação por ao menos 90 dias caso os novos percentuais sejam adotados) e para que se evite retaliações ou escaladas comerciais, priorizando uma estratégia de diplomacia empresaria. Bier ressaltou a preocupação da Federação com os efeitos que as tarifas trarão ao RS, uma vez que 99% das exportações do estado aos EUA são de bens industriais. Conforme estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Rio Grande do Sul será o segundo estado mais impactado do país, com uma estimativa de queda de R$ 1,9 bilhão no seu PIB em um ano.
 
“Os impactos já estão sendo percebidos pelos exportadores: clientes estão cancelando encomendas, cargas estão paradas em portos ou em navios no meio do caminho. Essa situação logo vai gerar desemprego, paradas na produção, férias forçadas e todos os efeitos nocivos que conhecemos", destacou.
 
Bier destacou o desconhecimento do governo federal sobre o cenário local, caso se concretize o anúncio de Donald Trump. Os números foram levados por diversos setores da indústria no Rio Grande do Sul. “Cada um explicou, pessoalmente, seus dramas e as suas dificuldades. Levamos diversos setores das nossas das nossas indústrias do Rio Grande do Sul para cada um explicar pessoalmente para ele os seus dramas e as suas dificuldades. E nosso economista-chefe, Giovani Baggio, fez uma demonstração das dificuldades que o Estado vai enfrentar se não chegarmos a um denominador comum”, destacou.
 

O grupo exemplificou a Alckmin casos de hotéis de Novo Hamburgo, que recebiam compradores norte-americanos e hoje estão vazios; de empresas que estão dando férias coletivas; e de outras que não sabem o destino que darão a produtos e pedidos. A insegurança do setor foi relatada apelos empresários, destacando o grande risco de desemprego no Estado.
 

Além das demandas, a Fiergs pediu ao governo federal que, caso se concretize a ameaça dos Estados Unidos, o governo federal tenha programas de apoio às empresas, assim como aconteceu no período da pandemia de Convid. “As empresas precisarão de alguns benefícios do governo para amenizar um pouco a crise porque ela será muito grande”, destacou.
 
Entre as ações compensatória, estariam a facilitação de crédito e capital de giro para empresas afetadas, reforço de mecanismos de reintegração tarifária, incentivos à manutenção de empregos e ações de acesso a novos mercados.
 
 Dados da Unidade de Estudos Econômicos do Sistema FIERS mostram que, no Rio Grande do Sul, cerca de 1,1 mil indústrias exportam para os Estados Unidos, 10% do total brasileiro. Nas vendas da indústria de transformação gaúcha, o mercado norte-americano responde por 11,2%, sendo o maior parceiro comercial das fábricas do estado. Produtos de metal, máquinas e materiais elétricos, madeira, couro e calçados e celulose e papel estão entre os segmentos com maior exposição aos EUA.

Bier disse ter saído otimista do encontro. “Se falou muito em diálogo, Alckmin, por diversas vezes, repetiu o que nós viemos pregando desde o início. Essa crise só pode se resolver com muita diálogo, muita paciência e muita partilha”.
 
A comitiva liderada pela Fiergs foi formada pelos vice-presidentes da entidade Julio Mottin e Maristela Longhi (móveis) e pelos representantes de sindicatos Cezar Müller (couro), Haroldo Ferreira (calçados) e Alfredo Schmitt (plástico), além da diretora de Relações Institucionais, Ana Paula Werlang, e integrantes da área econômica da federação. Também participaram da reunião o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e outros ministérios, como Fazenda e Relações Institucionais.
 
Como ações prioritárias, a carta entrega ao governo federal pede:
 
- Manutenção da tarifa atual para exportações brasileiras aos EUA, evitando a entrada em vigor do aumento anunciado;
 
- Prorrogação por ao menos 90 dias do prazo das novas tarifas, permitindo negociações técnicas e diplomáticas;
 
- Evitar retaliações ou escaladas comerciais, priorizando uma estratégia de diplomacia empresarial com foco em argumentos econômicos e na preservação das relações históricas com o mercado norte-americano.
 
- Ações compensatórias internas, como: Facilitação de crédito e capital de giro para empresas afetadas; Reforço de mecanismos de reintegração tributária (ex.: Reintegra); Incentivos à manutenção de empregos; e Ações de acesso a novos mercados.

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