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Publicada em 11 de Julho de 2025 às 16:55

Brasil aumenta imposto para veículos eletrificados

Imposto para todos os tipos de eletrificados chegará a 35%

Imposto para todos os tipos de eletrificados chegará a 35%

Karen Cunha/Sincodiv-RS/JC
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Miguel Campana
Miguel Campana Repórter
Entrou em vigor, no início do mês, o novo patamar do imposto de importação para veículos eletrificados. Com o mais recente aumento, a alíquota para carros elétricos puros foi atualizada de 18% para 25%, enquanto a dos híbridos plug-in (plugáveis) passou de 20% para 28%. A tarifa para os veículos híbridos convencionais, por sua vez, pulou de 25% para 30%. 
Entrou em vigor, no início do mês, o novo patamar do imposto de importação para veículos eletrificados. Com o mais recente aumento, a alíquota para carros elétricos puros foi atualizada de 18% para 25%, enquanto a dos híbridos plug-in (plugáveis) passou de 20% para 28%. A tarifa para os veículos híbridos convencionais, por sua vez, pulou de 25% para 30%. 
Conforme previsto no cronograma de retomada da tributação de eletrificados, anunciado em novembro de 2023 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a próxima e última elevação ocorrerá em julho do ano que vem, quando o imposto para todos os tipos de eletrificados chegará a 35%.
Em relação à possibilidade de antecipação do último aumento da alíquota de importação para eletrificados, proposta pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em março deste ano, o presidente do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos no Rio Grande do Sul (Sincodiv-RS), Jefferson Furstenau, acredita que tudo dependerá do comportamento do mercado, embora considere pouco provável uma mudança no cronograma de tributação.
“Se mesmo com a elevação de agora não houver um equilíbrio entre o que está sendo produzido e vendido no País e o que está sendo importado, pode ser que esse aumento seja antecipado. Não acredito que isso vá acontecer, mas tratando-se de Brasil, sempre é possível”, explica.
Na avaliação de Furstenau, o impacto da nova elevação da alíquota para eletrificados não será sentido de forma imediata pelo consumidor.
“O aumento não precisará ser repassado agora, porque a maior parte das montadoras já possui estoque para três meses de vendas. O impacto virá quando chegarem novos veículos”, explica. Segundo ele, o efeito no preço final dos veículos será diferente para cada montadora, a depender, entre outros fatores, da quantidade de carros que foram estocados.
Por ter entrado recentemente no mercado gaúcho, a marca chinesa GAC não conseguiu formar o volume de estoque desejado, mas o diretor comercial da concessionária DRSUL GAC, Luciano Silva, garante que não haverá perda de competitividade. Para isso, ele acredita que a política comercial adotada pela montadora será determinante para o seu volume de vendas.
“Visando diminuir o impacto da elevação da alíquota, é possível que a GAC adote a estratégia de diluir o aumento ao longo dos próximos meses, ao invés de aplicá-lo todo de uma vez só”, comenta.
A volta do cronograma de tributação proporcionou a desaceleração do crescimento das vendas de veículos eletrificados, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve), Thiago Sugahara. “O segmento ainda continua crescendo, mas não de forma exponencial como nos últimos quatro anos. Com o aumento do imposto de importação, esse crescimento deverá se dar em bases mais modestas”, explica.
Na mesma linha, Furstenau acredita que a tributação pode "dar uma freada" no crescimento do segmento. "Quando o valor dos eletrificados aumentar, se o resto da cadeia não aumentar também, haverá uma redução na compra de eletrificados", comenta.
Em contrapartida, de acordo com Sugahara, a retomada da tributação está cumprindo com o objetivo de fomentar a produção de veículos eletrificados em território brasileiro.
“O aumento do imposto de importação torna os eletrificados importados mais custosos. Para manter a oferta de veículos e atender a demanda, as montadoras estão planejando começar a produzir no Brasil, a partir de 2025 ou de 2026”, explica. A marca GAC, por exemplo, anunciou que pretende iniciar a construção de uma fábrica no País no final do ano que vem.

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