O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem que os produtos do Japão e da Coreia do Sul terão tarifas de 25% para entrarem nos EUA. A medida entrará em vigor em 1º de agosto, segundo o republicano. Trump prometeu anunciar taxas tarifárias para dezenas de outros parceiros comerciais nos próximos dias. Mais cedo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o presidente pretende fechar vários acordos nas próximas 48 horas. Em post publicado em sua rede social Truth Social, Trump afirmou que tomou a medida contra Japão e Coreia do Sul porque que o déficit comercial de bens dos EUA com ambos os países era uma "grande ameaça para nossa economia e, de fato, para nossa Segurança Nacional".
Ele também informou que os dois países foram comunicados por carta da decisão. A tarifa da Coreia do Sul é a mesma que havia sido anunciada em 2 de abril, enquanto a do Japão aumentou de 24% para 25%.
Em 2 de abril, Trump anunciou tarifas contra inúmeros países no que chamou de "Dia da Libertação", mas uma semana depois ele suspendeu a medida contra a maioria dos países, mantendo uma taxa de 10%. A exceção foi a China, de quem os EUA chegaram a aumentar a tarifa até 154%, mas posteriormente os dois países diminuíram o imposto.
Nas cartas, endereçadas a Shigeru Ishiba, primeiro-ministro do Japão, e Lee Jae-Myung, presidente da Coreia do Sul, Trump afirmou que se qualquer um dos países aumentasse suas tarifas em retaliação, o percentual anunciado será somado aos 25%.
A medida repete o que os EUA fizeram com a China em abril, mas os dois países tiveram de recuar e chegaram a um acordo em 27 de junho.
Mas, em uma indicação de que as tarifas propostas poderiam ser negociadas para baixo, Trump também disse que se japoneses e sul-coreanos abrissem seus mercados pode ser avaliada uma mudança. "Nós, talvez, consideraríamos um ajuste... Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do nosso relacionamento com o seu país", afirmou Trump. Após o anúncio, a Bolsa S&P 500, em Nova York, deixou de operar em alta e caiu para 0,8%, o menor percentual no dia.
O iene japonês e o won coreano estenderam quedas anteriores com queda de 1,1% frente ao dólar nas negociações pós-mercado, feitas na madrugada na Ásia.
Trump intensificou sua retórica contra Tóquio nas últimas semanas, destacando o parceiro comercial crucial dos EUA e atacando-os como "mimados" por se recusarem a comprar mais arroz americano.
Agências
Americano também anuncia taxas a Laos, Mianmar, Malásia, Casaquistão e África do Sul
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também anunciou a imposição de novas tarifas de importação sobre produtos de mais cinco países: Laos, Mianmar, Malásia, Casaquistão e África do Sul. As medidas entrarão em vigor a partir de 1º de agosto e fazem parte da estratégia do governo de buscar "reciprocidade" nas relações comerciais bilaterais.
Segundo os comunicados oficiais, produtos do Laos e de Mianmar serão taxados em 40%, enquanto as importações de Malásia e Casaquistão enfrentarão tarifas de 25%. Para a África do Sul, o percentual será de 30%.
As cartas enviadas aos governos desses países repetem os mesmos termos usados anteriormente nas comunicações a Japão e Coreia do Sul, que receberam tarifas de 25%, nas quais Trump alega que os parceiros comerciais se beneficiam de acesso "desproporcional" ao mercado americano.
O governo também alerta que "bens transbordados para evitar tarifas mais altas estarão sujeitos à tarifa mais alta", sem especificar se a regra se aplica a reexportações vindas desses países ou a terceiros, como a China.
As novas tarifas são separadas de quaisquer tarifas setoriais já aplicadas e podem ser impostas de forma cumulativa como medida de retaliação, independentemente do nível tarifário atual dos países atingidos. "Se por qualquer razão vocês decidirem aumentar suas tarifas, o valor que escolherem será somado ao valor que cobramos", afirma Trump nas cartas.