O projeto de concessão rodoviária do Bloco 2 das estradas do Vale do Taquari e da região Norte do Rio Grande do Sul desperta atenção e questionamentos entre lideranças e autoridades locais. A iniciativa, que promete impulsionar a infraestrutura da região, coloca em discussão a questão vital do equilíbrio entre os custos de pedágio e o desenvolvimento econômico.
O tema foi tratado no Fórum Técnico sobre concessão do Bloco 2, realizado no Palácio do Comércio, em Porto Alegre. O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, destacou que é essencial preservar o interesse público. Segundo Costa, um pedágio a R$ 0,19 por quilômetro poderia minar a competitividade do estado. A sugestão é um valor de R$ 0,14, mantendo-se as obras necessárias para o avanço socioeconômico das regiões afetadas.
O vice-presidente regional da Federasul do Vale do Taquari, Ivandro Rosa, afirma que o projeto do governo estadual ainda precisa de aprimoramento porque é um contrato de 30 anos e que ainda está caro. "O ideal é que fosse R$ 0,14 o km. Temos um índice muito grande de acidentes de trânsito na região do Vale do Taquari em função de ser pista simples e ter um intenso tráfego de caminhão", acrescenta.
O deputado federal Luciano Zucco (PL) disse que tem dúvidas sobre o projeto de concessão do Bloco 2. Apoiando a necessidade de uma malha viária de maior qualidade, Zucco enfatizou que os preços não podem ser desproporcionais a ponto de impactar negativamente a economia local. "Os valores propostos são caros. O Vale do Taquari passa por um momento ruim em razão das enchentes que atingiram a região", comenta.
Sobre a concessão do Bloco 2, por um período de 30 anos, que inclui a instalação de 24 praças de pedágio, o deputado estadual Paparico Bacchi (PL) comenta que é necessário rodovias duplicadas e melhoradas, mas sem que isso seja feito às custas da população. "O valor cobrado é desproporcional e o que está em jogo é a sobrecarga para as famílias e empresas do Rio Grande do Sul", afirma o parlamentar.
O edital do projeto de concessão rodoviária do Bloco 2 das estradas do Vale do Taquari e da região Norte do Rio Grande do Sul será lançado no mês de julho pela Secretaria da Reconstrução Gaúcha. A expectativa é que o leilão aconteça entre os meses de outubro e novembro deste ano - a assinatura de contrato tem previsão de ocorrer no primeiro semestre de 2026. O Bloco 2 abrange 32 municípios gaúchos (17,5% da população), tem um total de 414,91 quilômetros de extensão, e é composto por sete estradas (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470). A modelagem conta com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).