Para marcar a Semana do Migrante no Rio Grande do Sul, a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) realizou nesta sexta-feira (27), o evento Ação Migrante – construído pontes: oportunidades e integração para migrantes e refugiados, com foco na promoção da empregabilidade da população migrante e refugiada. A ação conta com mais de 300 vagas de emprego e teve a participação de oito empresas no Shopping Total, onde o evento acontece, para realizar entrevistas com os migrantes.
A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso ao mercado de trabalho formal para migrantes e refugiados, por meio de ações de intermediação de mão de obra, orientação profissional e articulação com empresas parceiras sensibilizadas a inclusão no mercado de trabalho. Além disso, há o apoio técnico e institucional da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e da OIM (Organização Internacional para as Migrações) durante o feirão.
Para o coordenador da agência da Fgtas/Sine no Centro Histórico, Paulo Diego Pinheiro, essa colaboração entre diferentes entidades é essencial. "Essas empresas que estão aqui hoje têm interesse nessa mão de obra e os refugiados precisam da oportunidade. Nosso papel é fazer o elo entre esses públicos que a gente considera prioritários. Ontem teve aqui nesse mesmo lugar um evento de PCDs. Vale ressaltar que esse tipo de ação é aberta para todos os públicos, não só a esses grupos prioritários", afirma Pinheiro.
Paulo Diego Pinheiro coordenou a parte Fgtas no evento
TÂNIA MEINERZ/JC
Ele ainda informa que a Fgtas quer intensificar esse tipo de ação conjunta com outras entidades para atingir esses grupos prioritários que são: migrantes, 50+, jovens, PCDs e mulheres. "Temos outras atividades previstas para o mês de julho, com local ainda indefinido aos PCDs e em seguida iremos promover a semana da Ação Jovem, que é uma semana inteira voltada para a empregabilidade de jovens", aponta.
O assistente de projeto da OIM, Paulo Romero traçou o perfil dos migrantes e refugiados presentes no evento. "Existem dois fluxos importantes de população migrante para o Brasil. Por volta de 2012, a gente teve um fluxo grande de haitianos, no primeiro momento, e a partir de 2016, tivemos um fluxo muito grande dos venezuelanos. Até hoje essas são as principais nacionalidades que encontramos por aqui", disse. Romero ainda ressaltou a importância do trabalho feito pela organização. "Nossa presença aqui é muito importante, porque nesse trabalho de integração a gente faz algo voltado não só para a empregabilidade, mas também para capacitação para o mercado de trabalho, educação e saúde".
Contrariando o perfil de migrantes haitianos e venezuelanos, Fabrice Houenagnon Ahokpossi, natural do Benin, país localizado na África Ocidental, se fazia presente no evento. Ahokpossi fugiu de seu país por causa da perseguição que sofria. Ele veio para Porto Alegre porque tinha uma conhecida por aqui. "O evento é muito bem organizado, agradeço a oportunidade e às empresas que estão aqui também. Tenho interesse em me integrar à economia local, contribuir com a mesma e fazer parte, não só do mercado de trabalho, mas também da vida social", coloca o beninense que chegou ao Brasil há duas semanas.
Fabrice Houenagnon Ahokpossi, 40 anos, é migrante do Benin
TÂNIA MEINERZ/JC