A escalada do conflito entre Israel e Irã emite um estado de alerta para o agronegócio brasileiro. Mais precisamente, para a importação de fertilizantes, seja em matéria-prima ou produto final, através dos iranianos, importantes parceiros comerciais do País neste setor. No entanto, a situação dos gaúchos é um pouco menos alarmante.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), não houve importação direta do produto dos iranianos em 2024. Ainda assim, existem motivos para o produtor rural manter a atenção nos desdobramentos no Oriente Médio.
Com a guerra em curso desde sexta-feira (16), há o interesse iraniano por uma desescalada do conflito e o início de negociações pela paz. Por outro lado, caso não haja um desfecho positivo nos próximos dias, uma estratégia a ser adotada é a pressão no comércio através de bloqueios no Golfo Pérsico, onde se encontram portos dos quais os fertilizantes da Arábia Saudita saem para o Brasil. Diante deste cenário, há a opção de mudar a rota através do porto de Jidá, no Mar Vermelho, em território saudita.
A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) também reforça a importância da atenção nos próximos passos do conflito e aponta o Oriente Médio como um grande exportador de fertilizantes, com um “corredor logístico importante para essa cadeia”. Um dos principais casos é o da Arábia Saudita que, segundo a Fiergs, foi a segunda maior exportadora de fertilizantes para o Estado no ano passado, com US$ 313,1 milhões investidos no equivalente a 18,1% das compras. À frente, apenas o Marrocos, com US$ 373,2 milhões — 21,5%.
Israel, diretamente envolvida na guerra que remete ao conflito com o Hamas, em curso desde outubro de 2023, também exporta fertilizantes para o Rio Grande do Sul, mas em uma escala muito menos considerável. Em 2024, foram apenas US$ 13,3 milhões ou 0,8% das compras.