Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 09 de Junho de 2025 às 12:49

Medida sobre IOF deve afetar toda sociedade e baixar nível de poupança, avaliam especialistas

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou proposta aos líderes de bancada do Congresso Nacional

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou proposta aos líderes de bancada do Congresso Nacional

Valter Campanato/Agência Brasil/JC
Compartilhe:
Cláudio Isaías
Cláudio Isaías Repórter
"O governo federal, através do ministro Fernando Haddad, está sugerindo é uma 'forma alternativa' de continuar aumentando a carga tributária do País. O que a sociedade brasileira tem que entender é que a União, ao invés de tratar sobre a racionalização dos gastos e melhorias estruturais do gasto público, está discutindo formas de tentar conseguir fazer com que a arrecadação cresça para que comporte os gastos no patamar onde estão", afirma Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio/RS, após o ministro da Fazenda, Fernando Hadddad, ter apresentado no domingo (8) aos líderes de bancada no Congresso Nacional um escopo de medidas como alternativa à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 
"O governo federal, através do ministro Fernando Haddad, está sugerindo é uma 'forma alternativa' de continuar aumentando a carga tributária do País. O que a sociedade brasileira tem que entender é que a União, ao invés de tratar sobre a racionalização dos gastos e melhorias estruturais do gasto público, está discutindo formas de tentar conseguir fazer com que a arrecadação cresça para que comporte os gastos no patamar onde estão", afirma Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio/RS, após o ministro da Fazenda, Fernando Hadddad, ter apresentado no domingo (8) aos líderes de bancada no Congresso Nacional um escopo de medidas como alternativa à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 
As principais mudanças anunciadas pelo governo | JC
As principais mudanças anunciadas pelo governo JC

Segundo Patrícia, quando se fala em aumentar a arrecadação, é preciso entender que o setor financeiro é um grande intermediário de uma serie de relações que existe dentro da economia brasileira. "O aumento de uma tributação não fica restrita aquele setor que vai ser o arrecadador do tributo. Isso acaba se disseminando em uma série de produtos e serviços que esse setor disponibiliza à sociedade", destaca. A economista-chefe da Fecomércio/RS ressalta que no final desse processo toda sociedade é que vai pagar mais tributos. "Temos uma carga tributária muito elevada e que vai ser aumentada ainda mais", acrescenta.

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL/POA), Carlos Klein, disse que a  entidade vê com muita preocupação as medidas anunciadas pelo governo federal. "Aumentar a contribuição social sobre o lucro líquido vai aumentar o custo tributário das empresas e que será inevitavelmente repassado para o consumidor final com aumento de preços dos produtos e serviços", comenta. Além disso, segundo Klein, taxar fundos de investimentos que não eram taxados deve desincentivar a poupança num País que já tem um baixo nível de poupança.
Klein afirma que o corte de incentivos fiscais de forma generalizada pode prejudicar setores estratégicos da economia brasileira como as micro e pequenas empresas, que são geradoras de emprego. "Podemos ter a diminuição da competitividade das empresas e elas podem encerrar suas atividades ou partir para a informalidade, o que no final vai resultar em menos arrecadação para o governo federal", ressalta. Para o vice-presidente da CDL/POA, a forma de buscar o equilíbrio fiscal é através da redução de despesas. "É preciso melhorar a eficiência do setor público e incentivar a desburocratização da economia para que se tenha um ambiente de negócios mais favorável ao empreendedorismo, geração de emprego, renda e consequentemente arrecadação do Estado.
Já o presidente da Federação das Câmaras de Comércio e de Serviços do Rio Grande do Sul (FCCS-RS), Vitor Augusto Koch, avalia que o pacote de quatro medidas para substituir o aumento do IOF "parece não ter o alcance desejado para resolver o problema fiscal do Brasil". Segundo ele, embora reduzida, ainda ocorre a permanência de uma majoração do IOF, o que representa um ônus para a sociedade, pelo seu caráter cumulativo e indireto. "Além disso, prova-se que o governo utiliza a majoração excessiva de impostos para obter as alíquotas que deseja, vendendo a versão de que foram contidas. O IOF que tinha características meramente regulatórias passa a ter prioridade arrecadatória", diz

A assessoria de comunicação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) informa que não comenta, por enquanto, as medidas do governo federal porque avalia que é um tema que ainda está em debate.

Notícias relacionadas